Nos últimos anos, drones, impressoras 3D e até mesmo vídeo games começaram a ser utilizados pelo setor de saúde para auxiliar gestores e equipes assistenciais a otimizar as operações das instituições, reduzindo custos, aumentando a segurança e melhorando o bem-estar do paciente.
Outra tecnologia, adotada inicialmente por outros segmentos e que já vem ganhando espaço dentro da saúde é a realidade virtual, uma tecnologia de interface que conecta o usuário utilizando um sistema computacional induzindo efeitos visuais, sonoros e até táteis, permitindo a imersão completa em um ambiente simulado, com ou sem interação do usuário.
Em agosto desse ano, a Universidade de Duke, nos Estados Unidos, publicou os resultados de um estudo demonstrando que interfaces virtuais podem ser utilizadas em terapias que visam restaurar a mobilidade em seres humanos. A pesquisa, que durou um ano, foi realizada com oito pacientes paraplégicos com lesões crônicas na medula espinhal que foram submetidos a cerca de 2 mil seções de terapia utilizando o Oculus Rift e exoesqueletos.
Durante os testes conduzidos pelos cientistas, dispositivos com tecnologia VR, simulavam o efeito de uma conexão neurológica com os membros inferiores dos pacientes. O sistema também era responsável por mover um de exoesqueleto robótico para criar movimentos reais.
Os resultados, considerados promissores pelos pesquisadores, apontaram que os pacientes, após as seções de terapia utilizando a tecnologia, apresentaram um leve nível de recuperação em relação ao controle muscular e retorno da sensibilidade dos membros comprometidos.
A utilização desse tipo de tecnologia não se restringe somente ao campo da ciência avançada. De acordo com o diretor de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, Ricardo Araújo, já existem alguns aplicativos para VR voltados para o segmento de medicina e saúde. “Alguns desses apps estão voltados ao usuário final, e podem ser utilizados em hospitais.”
O executivo dá o exemplo de aplicativos como o exVRience relaxation e Perfect Beach, voltados para meditação e relaxamento. Esses aplicativos, que já vem sendo utilizados por hospitais nos EUA, tiram o foco do paciente do procedimento, reduzindo a aplicação de sedativos ou calmantes durante procedimentos como o de hemodiálise. “Quando o paciente vai ao hospital para realizar um procedimento como esse, que geralmente dura algumas horas, a instituição pode utilizar o aplicativo de meditação com um Gear VR, tornando esse processo menos estressante.”
A Microsoft acredita que a realidade mista (real/virtual) pode ser utilizada para criar novas experiências que contribuirão com avanços em produtividade, colaboração e inovação no campo da saúde. Um exemplo dado pela multinacional é a parceria com a Western University, nos EUA, na qual estudantes de medicina podem usar imagens 3D, por meio do Hololens, para explorar e examinar temas como anatomia humana sob diferentes ângulos.
Ainda dentro do campo da educação médica, já está disponível nos EUA, para VR, o RCSI, um programa de treinamento que em realidade virtual que permite aos estudantes de medicina acompanhar um atendimento de emergência em um pronto socorro, tendo a noção exata de espaço e disposição do ambiente hospitalar, além de imagens diagnósticas do paciente virtual e acompanhar o atendimento.
Para o gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, Marcelo Daou, as aplicações da realidade virtual dentro da medicina são quase ilimitadas. “Dispositivos como o VR podem ser utilizados, por exemplo, para o planejamento de procedimentos cirúrgicos a partir de modelos em 3D capturados por dispositivos de diagnóstico por imagem, tornando as cirurgias mais seguras e permitindo que médicos planejem os procedimentos de maneira mais precisa.”
Atualmente, existem uma série de aplicativos disponíveis para esses dispositivos, e não há barreiras para que conteúdos voltados à saúde também sejam desenvolvidos.
A Samsung vê a realidade virtual no campo da medicina como parte do futuro. “Hoje, a Samsung investe pesado em realidade virtual . Nossos celulares, por exemplo, já possuem telas de alta resolução para que o usuário possa utilizar o Oculus VR e ter a melhor experiência possível. Além disso, temo o Gear VR, outro dispositivo que, além da realidade virtual, permite ao usuário uma melhor interação com o conteúdo disponibilizado e uma noção realística muito maior”, completa Daou.
Leia essa e outra matéria publicadas na Revista Health-IT no link.