Um paciente, de 55 anos de idade, recebeu um marca-passo diafragmático. Ele, que também é médico, sofria de insuficiência respiratória progressiva, em virtude de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A técnica inovadora, que amplia em cerca de dois anos a sobrevida de pacientes com complicações secundárias à Insuficiência Ventilatória, decorrente de ELA ou Trauma Raquimedular, foi realizada pelo cirurgião Richard R. Gurski e pelo neurologista Francisco Rotta, do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento e aconteceu na clínica Alemaña, em Santiago do Chile. Esta é a décima vez que o tratamento é realizado pela equipe da Instituição gaúcha. Oito destes procedimentos aconteceram no próprio Hospital Moinhos de Vento, sendo a primeira, em setembro de 2013. Outras duas foram realizadas na Colômbia. A equipe brasileira é a única na América do Sul credenciada para treinamento de outros cirurgiões no continente, como ocorreu na Colômbia e agora no Chile. Cirurgiões uruguaios já vieram acompanhar cirurgias em Porto Alegre, como primeiro passo no treinamento, que será finalizado com procedimentos em Montevideo em data ainda a ser definida.
De acordo com o especialista Richard R. Gurski, o implante deste tipo de marca-passo estimula diretamente o músculo diafragmático. “Desta forma, o resultado é mais eficiente, uma vez que, ao contrário dos demais marca-passos, este não atua pela estimulação indireta através do nervo frênico”, explica.
A tecnologia, utilizada pela equipe do Hospital Moinhos de Vento, foi desenvolvida nos Estados Unidos pelo médico Raymond Onders, da Case Western Reserve University. Atualmente, estima-se que no Brasil existam cerca de 10 mil pessoas sofrendo com a ELA e com alguma complicação decorrente da doença. Desta população, estima-se que cerca de 20% podem se beneficiar com a utilização do marca-passo Diafragmático.