Alunos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio internados no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) não precisam ficar afastados do ensino. O hospital conta com o Setor Educacional/Classe Hospitalar, que permite aos pacientes mirins darem continuidade aos estudos enquanto estão fora da sala de aula.
Desde agosto deste ano, o Husm conta com a tecnologia como ferramenta para complementar o estudo das crianças. Dois tablets – doados pela Receita Federal – permitem o acesso a 28 aplicativos, com conteúdos que vão desde lógica matemática, artes até produção textual.
Segundo a coordenadora do Setor Educacional do Husm, Leodi Conceição Meireles Ortiz, todas as manhãs a equipe se reúne para definir o que cada criança, internada na Pediatria e no Centro de Tratamento da Criança e Adolescente com Câncer (CTCriac), irá fazer com base nos conteúdos curriculares enviados pela escola regular ou nas atividades catalogadas junto ao banco de materiais pedagógicos do setor.
A pedagoga ressalta que o tablet é uma ferramenta, um complemento. “O paciente tem que comandar a tecnologia. Ele deve ser o senhor e não o contrário” explica, Leodi. Ela também defende que o uso dos dispositivos móveis, como suporte para o ensino-aprendizagem, aproxima as crianças do mundo exterior.
Resultados
Apesar do pouco tempo de uso dos tablets junto aos leitos, os resultados já começaram a aparecer, principalmente, entre as crianças menores de cinco anos.
“Notamos uma adesão maior dessa faixa etária. Até então, eles não demonstravam interesse em participar das aulas na versão formal de ensino. Com os aplicativos eles ficaram interessados”, comemoram Marinara Quatrin Dalmolin e Jessica Viaro Bressan, acadêmicas do curso de Pedagogia que atuam no Setor Educacional/Classe Hospitalar.
“A tecnologia, se bem direcionada, potencializa o aprender, o ser e o estar. É uma janela para o lado extra-hospital. Permite que a criança se aproprie de outros conhecimentos e tenha vivências que não teria acesso durante a internação”, completa Leodi Ortiz.
Segundo a pedagoga, no Rio Grande do Sul apenas três hospitais oferecem classe hospitalar. O pioneiro – ainda na década de 90 – foi o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, seguido do Husm, em 1995, e, mais recentemente, o Hospital Santo Antônio, também na capital.