Para onde vai a medicina no futuro? Quais serão as ferramentas de diagnóstico e terapia que irão revolucionar o mundo?
As respostas para estas perguntas estão segundo muitos especialistas baseadas na medicina personalizada.
Citando Hipócrates – “É mais importante saber que pessoa tem a doença, do que a doença exata da pessoa”.
O conceito de medicina personalizada é a adaptação do tratamento médico às características, necessidades e preferências individuais dos pacientes.
Outra definição que eu particularmente gosto muito é da American Medical Association que diz que a medicina personalizada são os cuidados de saúde baseados na informação genética, clínica e ambiental única de cada indivíduo.
Outra definição interessante é a de prover o tratamento adequado ao paciente correto com a dosagem exata no tempo exigido pela União Europeia.
A ideia de medicina personalizada não é nova. Há tempos se verifica que pessoas com sintomas semelhantes podem ter diferentes doenças e causas. Nesse mesmo contexto, alguns tratamentos podem ter resultado em um grupo de pacientes e não ter resultado em outros.
Porém o sequenciamento do DNA descoberto na virada do século 21 vem trazer uma variável nova e extremamente importante que é o do genoma humano. Com isso, todo um conjunto de análises genéticas que servem tanto a pesquisa de novos medicamentos pela indústria farmacêutica e biogenética, quanto de medicina regenerativa e de próteses e órteses artificiais.
Em muitos casos essas próteses são criadas em impressoras 3D baseadas exclusivamente na característica única do paciente, bem como de tratamentos específicos para pessoas com determinados tipos de genes (Ex.: câncer de colo de útero seroso).
Esse conjunto de análises genéticas também serve como quimioterapias e radioterapias mais eficientes. Neste caso, há um volume de possíveis curas de enfermidades e de epidemias que podem ser conquistados no momento que a análise genética passa a fazer parte das informações que os médicos hoje possuem de dados clínicos e ambientais, conforme citado anteriormente.
Fora isso, fica claro que algumas doenças, como o câncer, podem ter direta relação com a especificidade do paciente. Portanto a cura para o câncer pode, e se acredita estar intrinsecamente ligado ao tratamento personalizado do paciente.
Várias drogas já foram aprovadas pela FDA para tratamento de câncer e outras doenças segundo grupos especificados de pacientes, e este é um movimento sem volta.
A medicina personalizada também pode ser chamada de medicina de precisão, onde praticamente podemos transformar a medicina em uma “ciência exata”. Desta forma, o foco acaba sendo o de aliar as características fisiológicas e anatômicas de cada indivíduo às suas características genéticas.
A partir disso e com a ajuda de poder computacional e de imagens médicas é possível conseguir ter um foco específico no tratamento do indivíduo. Entra também neste contexto, a medicina baseada em evidência, que traz dados e informações de situações equivalentes com pacientes de características iguais que permitem estratificar uma população, por exemplo, por possuir um gene específico.
Doenças que tem foco em genes defeituosos, como a fibrose cística ou “doença do beijo salgado” que causa várias complicações nos pulmões e endocrinológicas no indivíduo, podem eventualmente receber um tratamento novo. Um novo produto chamado Kalydeco foi produzido e aprovado pela FDA, baseado na pesquisa genética para atender a este tipo de pacientes.
O advento da possibilidade computacional de segmentação do genoma humano e a capacidade diagnóstica genética dão o caminho e a direção para isso. No entanto, sem integrar o prontuário médico eletrônico, imagens médicas e outras importantes informações do indivíduo.
O avanço dos hospitais na implementação de prontuários eletrônicos e na automação dos seus processos hospitalares é vital para que a aplicação desta nova tecnologia efetivamente gere resultados.
A partir daí, são utilizadas ferramentas poderosas de computação que incluem banco de dados em memória e analíticas de Big Data.
Enfim, devemos lembrar que um DNA completo tem 3.2 bilhões de pares e análises computacionais tradicionais com esta imensidão de dados exigiria dias de trabalho, enquanto com ferramentas de Big Data podem levar apenas alguns minutos e segundos até em tempo real.
Já existem, hoje, ferramentas (Ex. SAP Genomic Analyzer e SAP Medical Research Insight usando o poder computacional do SAP Hana) que permitem a análise do genoma tanto para um conjunto de pacientes com um gene específico ou até que permitam individualizar a análise para a terapia e diagnóstico dos mesmos ou até ferramentas que permitem a pesquisa para o desenvolvimento de tratamentos ou de drogas específicas para grupos distintos de pacientes com as mesmas características genéticas.