A campeã alemã de para-ciclismo Denise Schindler usará uma perna protética projetada e impressa em 3D para competir durante os Jogos Paralimpicos do Rio de Janeiro, em setembro. A nova prótese é resultado de uma parceria entre a atleta e a Autodesk para explorar como as novas tecnologias de produção podem ser aproveitadas para aumentar a acessibilidade das próteses esportivas.
Antes da parceria com a empresa, a fabricação da prótese de Denise era feita praticamente à mão por técnicos que usavam um processo de fundição de gesso e, em seguida, passava-se semanas em refinação. Esse método gerava um produto muito bem-acabado, entretanto demorava cerca de 10 semanas para ser concluído e tinha um custo significativamente alto.
Contornar o processo de fundição do gesso era demorado e muitas vezes impreciso, até a prótese passar por processos digitais. A prótese foi modelada usando a ferramenta de design avançado que permitiu aos envolvidos no projeto, localizados na Alemanha, Londres e Estados Unidos, que trabalhassem de maneira colaborativa. No total, foram feitas 52 versões digitais da prótese até chegar alcançar o design final.
A prótese foi impressa em 3D no Pier 9 da Autodesk, em São Francisco (EUA). O processo levou menos de cinco dias e custou cerca de um quarto do valor de um modelo feito manualmente.
“Meu sonho é que essas próteses sejam acessíveis a todos e estou muito animada com os resultados deste projeto”, afirmou Denise. Ainda de acordo co a atleta, o ponto mais importante sobre qualquer prótese, especialmente um modelo voltado para prática esportiva, é o conforto, em virtude do tempo gasto no treinamento e nas competições.
Denise perdeu a perna em um acidente quando tinha dois anos. Ela tem competido pela Alemanha em inúmeros eventos internacionais, tendo conquistado a medalha de prata nas Paraolimpíadas de Londres, em 2012, duas medalhas de prata e uma de bronze no Campeonato Mundial de Para-ciclismo. Seu próximo passo é a Rio 2016.
“Esta colaboração mostrou como as novas tecnologias, ferramentas e técnicas como a fabricação aditiva, o design generativo e a nuvem estão mudando o futuro de fazer as coisas. Com a Denise, fomos capazes de trabalhar juntos para mostrar como funciona criar próteses e mais: que no futuro poderá ser feito a um custo muito menor e com prazos mais curtos, trazendo acessibilidade para todos”, enfatiza Roland Zelles, VP EMEA da Autodesk.