Pode parecer conversa motivacional, mas não é: é sim possível manter a grama verde o ano inteiro e não é uma questão de perspectiva. Anualmente, com a chegada do inverno, é comum que a seca destrua jardins cuidadosamente elaborados devido à irrigação inadequada. Algo tão simples pode acabar com o trabalho de paisagistas e jardineiros em menos de um mês, não fosse por uma solução nem tão simples assim: a irrigação por gotejamento.
Criado na década de 40, na Inglaterra, o método só se tornou uma tecnologia comercialmente viável em 1960, nos Estados Unidos e Israel. Considerada muito complexa, a prática não foi bem aceita inicialmente. Após anos de estudos, porém, seus benefícios sobrepujaram as complicações e, hoje, a técnica já é utilizada em todo o mundo.
“Basicamente, a irrigação por gotejamento é uma técnica eficaz e prática para molhar as plantas com a quantidade adequada de água através de tubos próximos às raízes” explica Fernando Antonio Dias Galbiati, agrônomo de formação e proprietário da Agrosudeste. O consumo de água está entre 1 a 1,6 litros/hora/gotejador, o custo, 70% menores do que os gerados pelos métodos convencionais de irrigação, feitas pela superfície, umedecendo as plantas e causando escoamento, também é um fator importante na implementação do método no mundo todo.
Através do processo de irrigação por gotejamento a água é aplicada de forma pontual, por meio das gotas, fornecendo a quantidade de água adequada às raízes de cada planta e, consequentemente, evitando o desperdício de água. “O sistema funciona de forma que a água seja distribuída de forma lenta, através de canos e mangueiras que contenham emissores ou gotejadores e que se estendem ao longo das linhas” conta Galbati.
Assim, os emissores distribuem água uniformemente em toda a plantação ou superfície, com eficiência de aproximadamente 90%. Com maior controle sobre a quantidade e periodicidade exata que as plantas precisam, o agrônomo afirma ainda que é possível obter produtos de maior qualidade, no caso de plantações ou hortas caseiras, no jardim uma planta ornamental mais viçosa, bem estruturada, proporcionando seu melhor potencial de desenvolvimento, além de conquistar menor incidência de doenças por fungos, já que a folhagem não fica molhada e a umidade do solo é controlada. “O crescimento de ervas daninha, inclusive, diminui.”
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 69 da revista Quem Realiza.