Nada mais é como costumava ser quando grande parte das marcas dominantes do mundo da moda foram lançadas. Não bastassem as mudanças tecnológicas em diversas outras esferas da vida cotidiana, o processo criativo parece ser o mais recente afetado pela evolução contínua da tecnologia e a ânsia por inovação.
Base de um mercado que deve movimentar US$ 15 trilhões até 2030, a Inteligência Artificial (IA) tem ganhado territórios para muito além dos tradicionais dispositivos tecnológicos, e agora chega ao consumidor final de forma indireta, mas não menos participativa. No início deste ano, a rede nacional de perfumarias O Boticário e a gigante chinesa de tecnologia Huawei anunciaram o lançamento de produtos feitos a partir da combinação da inteligência artificial de um acervo catalogado em plataformas e na curadoria de especialistas nas respectivas indústrias do produto desenvolvido.
A linha de fragrâncias desenvolvida pela O Boticário foi apresentada no evento AI Everything, em Dubai, e é produto de uma união com IBM e Symrise. A Symrise utilizou a Philyra, solução de IA da IBM, para examinar fórmulas e ingredientes que pudessem gerar combinações. As fórmulas resultantes deste trabalho foram avaliadas por um perfumista, que ajustou as combinações para melhorar a fixação na pele. De acordo com a marca, os produtos têm aroma jovem e combina frutas, flores, doces, especiarias, madeiras, pepino e leite condensado.
A Huawei, por sua vez, levou as 22 peças de roupa desenvolvidas através de um aplicativo que faz conjuntos a partir de imagens à Milão. A coleção coleção Fashion Flair utilizou como base de dados fotos da grife Annakiki, da diretora de criação Anna Yang, mas também foram inseridas imagens selecionadas dos últimos cem anos da moda.