Pesquisa exclusiva do IBOPE Conecta mostra que jovens de 16 a 24 anos, das classes A e B, são os que mais sofrem acidentes
Você já sofreu algum acidente por causa do celular? Ao responder esta questão em um pesquisa feita com 2 mil internautas pelo IBOPE Conecta, 3% dizem que sim, ao dirigir. Outros 8% relatam acidentes ao caminhar; 2% ao praticar atividade física e 3% em outras situações.
Os homens (4%) sofreram mais acidentes ao dirigir do que as mulheres (2%). Pessoas da classe A (7%) foram as mais afetadas, assim como as de 16 a 24 anos (4%). Quanto à região, os moradores do Nordeste (4%) foram os que mais se envolveram em acidentes.
As mulheres, por sua vez, são as maiores vítimas ao caminhar (8%), assim como internautas das classes A (11%) e B (11%). Na questão de idade, os mais jovens, de 16 a 24 anos, são a maioria (12%). Em relação à região do pais, moradores do Norte são os que mais sofreram acidentes ao caminhar (9%).
Entre as pessoas que dizem ter sofrido acidentes ao praticar atividade física, 3% são homens (ante 1% das mulheres), 4% pertencem à classe B, 3% têm entre 16 e 24 anos e 4% vivem no Norte do Brasil.
Esta pesquisa, inédita e exclusiva para o Hospital Sírio-Libanês, mostra o que os médicos vêm notando nos últimos tempos: uma maior procura de atendimento por causa de quedas, com entorses do tornozelo, machucados nos joelhos e nas mãos. Mas não é só isso. O uso contínuo do celular – basta olhar nas ruas, onde a maioria das pessoas anda curvada de olho na tela do aparelho – tem elevado o número de casos de cervicalgias, que são as dores localizadas na parte posterior da nuca.
“A posição estática com flexão da cervical causa uma sobrecarga na coluna anterior da cervical, provocando dores”, explica Dr. Douglas Kenji Narazaki, ortopedista e traumatologista no Sírio-Libanês. De acordo com o médico, a dor causada pelo uso frequente do celular começa na nuca (cervical) e irradia para os ombros. “Não é apenas o celular o responsável por este tipo de dor”, explica. “Muitos equipamentos eletrônicos que exigem a flexão do pescoço, como tablets e o próprio notebook, podem propiciar o aparecimento de cervicalgias.”
Atualmente, no Brasil existem mais de 230 milhões de linhas de celulares ativas e 116 milhões de pessoas conectadas à internet, o que indica que a dor no pescoço, também conhecida por Text neck’ (dor cervical pelo smartphone), tende a afetar cada vez mais os usuários. “Se a pessoa ficar uma hora por dia com o pescoço inclinado, existe maiores chances de problemas”, alerta Dr. Narazaki. Isso porque a nossa coluna foi feita para ficar ereta. Conforme vamos inclinando o pescoço, a pressão sobre ela aumenta, elevando os riscos. Segundo o médico, a cabeça pesa, em média, de 4 a 5 quilos. Com uma inclinação de 15%, esse peso sobre para 9 quilos. Quando a flexão é de 60 graus, o peso da pressão sobre a região cervical é de 20 quilos
Outro problema que tem aumentado por causa do uso excessivo do celular, de acordo com o ortopedista, é a tendinite nos polegares, usados para digitar mensagens de texto. “Antes, o problema era no punho por causa do mouse, hoje os polegares são os mais afetados.”
Para evitar cervicalgias, a recomendação é tomar cuidado com a postura. Descer os olhos, e não dobrar o pescoço, para baixo ao olhar um dispositivo e tentar manter celular no nível dos olhos sempre que possível ajudam a reduzir os riscos. Também é importante fazer pausas, evitando pressão no pescoço. Caso seja necessário, o tratamento médico inclui medicamentos e fisioterapia.