Cursos oferecidos pelo Hospital Sírio-Libanês treinam profissionais em codificação com base na CID 10 e no Sistema APR-DRG
O Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL) promove neste mês de maio dois cursos sobre codificação de morbidades e utilização do DRG (Diagnosis Related Group) na saúde. A realização desses eventos leva em conta a necessidade crescente do setor em poder contar com a geração e utilização corretas de informações de qualidade, em benefício do planejamento e da gestão dos serviços na área.
“Somente com profissionais treinados e capacitados é possível obter uma documentação clínica hospitalar de referência”, afirma André Alexandre Osmo, um dos coordenadores dos dois cursos: “Codificação para Morbidade Hospitalar e Uso no DRG”, a ser realizado de 29 e 30 de maio, e “Introdução ao Uso do DRG – Documentação Clínica e Análise”, no dia 31.
O Brasil adota a Classificação Internacional de Doenças – CID 10, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que padroniza a codificação de doenças e outros problemas relacionados ao setor. Na avaliação de Osmo, a adequada busca de todos os diagnósticos explicitados no prontuário do paciente – e consequente codificação – são fundamentais para os sistemas de informação públicos ou privados. “São esses dados que permitem o correto planejamento de leitos e de pessoas para assistência, além da elaboração de planos de ação para o controle de doenças, entre outros”, afirma.
O Curso de Codificação para Morbidade Hospitalar e Uso no DRG foi baseado nos conceitos de classificação de doenças e utilização adequada dos volumes da CID-10. Traz como grande diferencial o fato de incentivar o aluno a fazer a codificação a partir de casos clínicos e prontuários de pacientes. “Ao final do curso, o aluno estará familiarizado com a procura dos códigos CID mais adequados, buscando a estrutura hierárquica da classificação”, afirma Osmo.
Apesar de no Brasil ainda existir certo desconhecimento sobre o seu uso, o Sistema APR-DRG (All Patient Refined – Diagnosis-Related Groups) é estudado e utilizado desde a década de 1980 ao redor do mundo, com resultados expressivos nas áreas de assistência e gestão hospitalar. Trata-se de uma ferramenta que agrupa os pacientes por diagnóstico, promovendo uma Classificação por Severidade da Doença e por Risco de Óbito. Essa divisão define o grau de complexidade, com os devidos reflexos no tempo de permanência no hospital, custo e até mesmo a receita / faturamento relativos a cada paciente.
O Curso de Introdução ao Uso do DRG – Documentação Clínica e Análise irá abordar a experiência de implantação do sistema, os desafios da codificação, da qualidade do prontuário do paciente e da busca de diagnósticos ocultos. Além disso, o programa inclui a utilização dos softwares de codificação e classificação, modelos de análises de indicadores de performance, baseados em informações de DRG, experiências de implantação no Brasil e a demonstração do funcionamento do sistema.
O Hospital Sírio-Libanês utiliza o Sistema APR-DRG desde 2013. Em sua implantação realizou um intensivo treinamento de codificadores e também de enfermeiras para a busca de diagnósticos ocultos nos prontuários dos pacientes. Foi estabelecido um modelo de extração de dados dos sistemas do hospital para enviar ao agrupador (APR-DRG) e desenvolvido um sistema de análise das informações. Esse trabalho gerou um nível de inteligência que produz indicadores de performance dos serviços e das equipes de assistência da instituição, com informações sobre eficácia, eficiência e resultados.
Os dois cursos, de acordo com o coordenador, vão ao encontro da necessidade do País na formação de codificadores ou documentalista clínicos, como ocorre nos Estados Unidos e em diversos países da Europa.
“Precisamos formar e treinar urgentemente estes profissionais a fim de criar programas de qualidade em documentação clínica nos hospitais, para uma cultura de qualidade das informações. Quem não possui informações e indicadores fidedignos não consegue planejar e promover uma melhor gestão de seus recursos”, salienta.
Os cursos, que também contam com a coordenação de Márcia Martiniano de Sousa e Sá, são voltados para gestores hospitalares das áreas de arquivo médico e de faturamento, epidemiologia, gestão clínica, profissionais de saúde, estatísticos e codificadores de instituições públicas, privadas e de operadoras de planos de saúde.