A importância cada vez maior da computação em nuvem e a mudança para a TI híbrida estão incentivando organizações de todos os portes a migrar infraestruturas de sistemas para fora do data center físico, quer elas estejam realmente prontas ou não. Como mostram os resultados do último Relatório de tendências em TI da SolarWinds para 2017, as organizações migraram aplicativos, armazenamento e bancos de dados para a nuvem mais do que qualquer outra área da TI nos últimos 12 meses.
E não é para menos: a computação em nuvem é uma alternativa mais atraente e interessante do que a TI tradicional, e espera-se que as organizações avancem ainda mais pela nuvem nos próximos anos. Ainda assim, padrões de implementação e desafios associados à nuvem e à TI híbrida estão começando a surgir e podem ajudar você e sua empresa a gerenciar melhor a infraestrutura na nuvem. Veja a seguir três tendências que estão se tornando mais comuns na migração de sistemas e como elas podem afetar sua estratégia de nuvem.
Uma viagem de ida… e volta?
De acordo com o relatório, 95% dos profissionais brasileiros afirmaram ter migrado parte da infraestrutura para a nuvem nos últimos 12 meses. Apesar dessa corrida para a nuvem, 30% desses mesmos entrevistados disseram que também já moveram cargas de trabalho da nuvem para o local no último ano, seja devido a problemas de segurança/conformidade, seja por preocupações com o desempenho.
Isso nos leva à pergunta: por que esses aplicativos foram migrados antes? A maioria das organizações já implementaram uma estratégia de virtualização de alguma forma, o que torna o lift-and-shift para a nuvem bem mais viável. No entanto, é bem mais provável que esses aplicativos e outras infraestruturas de sistemas tenham entrado na onda de migração para a nuvem. Aquela frustração de dimensionar com restrições de custos, recursos e gerenciamento não se aplica mais ao mudar para uma plataforma mais elástica como a nuvem; para muitos, esse é um fator tentador demais para ser ignorado.
Ainda assim, mesmo apresentando benefícios impressionantes, nem toda carga de trabalho é uma boa candidata para a nuvem. Essa tendência ilustra que o desempenho pré-teste e da carga de trabalho e as considerações de segurança anteriores à migração (que são fundamentais para qualquer estratégia de migração) vêm logo depois da velocidade da implantação. Para melhorar o trabalho com a liderança dos negócios e não perceber tarde demais que uma carga de trabalho funciona melhor na nuvem, tente participar mais cedo (e com mais frequência) das conversas sobre a nuvem.
Para começar, sua organização deve estar preparada para testar qualquer carga de trabalho, aplicativo ou infraestrutura antes de fazer a migração, a fim de medir precisamente como ela trabalhará na nuvem e que suporte será necessário do provedor de serviços da nuvem (CSP). É necessário implementar uma ferramenta de monitoramento abrangente que forneça visibilidade não só nos seus sistemas locais mas também na nuvem, a fim de ajudar a estabelecer as métricas de desempenho de linha de base que tornam mais fácil identificar se uma carga de trabalho deve ficar no local ou na nuvem.
Sem visibilidade ou controle, sem serviço.
Para ser realmente bem-sucedido como profissional de TI, é necessário ter responsabilidade e autoridade. O primeiro fator é parte natural do seu trabalho; mas na era da TI híbrida, ele se tornou uma meta constante. Na verdade, mais da metade dos profissionais de TI afirmou que a falta de controle sobre o desempenho de cargas de trabalho baseadas na nuvem foi um grande desafio e ainda representa um obstáculo considerável à migração.
Quando você pensa em controle e autoridade sobre as cargas de trabalho, o cenário mais familiar é quando uma carga de trabalho na nuvem começa a sofrer degradação de desempenho, e apesar de os seus sistemas e alertas indicarem que tudo é um mar de rosas, o provedor da nuvem insiste que o problema também não é decorrente dos serviços dele. De quem é a culpa, e como você pode comprovar as suspeitas de que o culpado é o CSP?
Ter visibilidade é quase tão bom quanto ter autoridade. Se você for capaz de ver o problema em questão e comunicá-lo ao provedor com os mínimos detalhes, será um caminho muito mais rápido para a resolução que, por sua vez, aliviará um pouco do stress associado à migração da carga de trabalho para a nuvem. Sendo assim, “confie, mas verifique” deve ser o lema do profissional de TI para o ano à frente, à medida que as organizações trabalham para identificar como manter melhor um elemento de controle e visibilidade de cargas de trabalho e aplicativos hospedados na nuvem. Será fundamental aproveitar o monitoramento abrangente da TI híbrida, além do que é normalmente oferecido pelos provedores de serviço de nuvem, a fim de garantir que você tenha dados e visibilidade suficientes para entender verdadeiramente o desempenho das cargas de trabalho na nuvem e os motivos desse desempenho.
Você também deve trabalhar com a liderança da empresa para criar o caso de várias regiões ou várias nuvens com o intuito de evitar um longo tempo de inatividade na nuvem devido a um único ponto de falha. Essa foi a primeira lição que aprendemos com provedores de serviço da Internet e nossos fornecedores de datacenter fora do local antes da chegada da nuvem. É melhor prevenir do que remediar, então garanta uma estratégia de gerenciamento e monitoramento capaz de proteger seus dados e oferecer uma experiência sólida de usuário final.
Nunca é tarde para aprender.
Um dos principais desafios que enfrentamos hoje é ficar em dia com as novas tecnologias: como elas funcionam e interagem com outros sistemas e, o mais importante, como gerenciar tudo. A complexidade continua sendo uma barreira para a adoção na nuvem e um grande desafio para aqueles que já fizeram a migração. De acordo com o relatório de 2017, muitos administradores reconheceram que os novos profissionais de TI não têm as habilidades necessárias para o trabalho.
Mas isso não significa que essas habilidades não possam ser ensinadas, aprendidas e implementadas para preparar você para os ambientes de TI híbrida e supervisionar a migração de sistemas na nuvem. Relembre como foi a sua capacitação quando você deu os primeiros passos como profissional de TI: tentando criar uma instância de algo e vendo como ela se desenvolvia, para depois desmontar e fazer tudo de novo. Afinal, quando estávamos no início de uma carreira promissora de TI, a prática levava (e ainda leva) à perfeição. Você também deve buscar oportunidades para usar os novos recursos incluídos nas ferramentas de fornecedor que você já tem (como funções automatizadas) ou experimentar algo como migrar um servidor de testes local para a nuvem a fim de entender melhor como funcionam as técnicas de lift-and-shift.
O nível de abstração de tecnologia não vai diminuir tão cedo. É importante que as empresas e você, como profissional de TI, descubram pontos de falhas o mais rápido possível. Isso envolve testar e implementar novas soluções constantemente, visto que, no ambiente sob demanda de hoje, espera-se disponibilidade, durabilidade e tempo de resposta aceitável do ponto de vista do usuário final, não importa onde um serviço de aplicativos esteja hospedado ou de onde ele seja fornecido. Isso exige um entendimento abrangente da tecnologia que você deve gerenciar e migrar. Trabalhe uma etapa de cada vez e explore o máximo possível de alternativas de tecnologia (contêineres, microsserviços, computação sem servidor) para obter habilidades úteis que permitirão uma estratégia de nuvem mais proativa e eficiente.
Conclusão
Estamos em uma nova era do trabalho, na medida em que organizações de todos os portes estão implementando a computação em nuvem para atender melhor às demandas de uma força de trabalho adaptada aos tempos modernos. Olhando para o ano de transformação de TI que temos pela frente, o nível de abstração de tecnologia promete aumentar a migração de sistemas e a complexidade da TI híbrida, exigindo que você e sua empresa estejam preparados para as mudanças nos requisitos de gerenciamento e monitoramento. As tendências de migração de sistemas na nuvem que mencionamos acima não só ajudam a retratar uma organização moderna de TI híbrida para nós, os profissionais que as gerenciam, como também oferecem considerações fundamentais que podem ser avaliadas e usadas pela sua empresa ao criar a estratégia de nuvem.
Leon Adato é Head Geek™ da SolarWinds