O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse ontem (17) que a suspensão do envio de profissionais cubanos ao Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos não prejudica a iniciativa. Na última quinta-feira (13), Cuba anunciou a suspensão do envio de 710 profissionais que chegariam ao país neste mês.
“Na nossa renovação de contrato com Cuba, já havia a previsão de reduzir de 11,4 mil para 7,4 mil médicos cubanos em três anos. Nós substituiremos esses profissionais por médicos brasileiros que estão no cadastro anterior – mais de 7 mil que se inscreveram além das vagas e do que nós necessitávamos e 2 mil médicos brasileiros formados no exterior, que também aguardam oportunidade. Utilizaremos essa lista para completar essas vagas e aguardaremos que Cuba anuncie a retomada do convênio”, explicou.
Questionado se o convênio com Cuba está sob risco, o ministro disse não acreditar na possibilidade de rompimento definitivo do acordo com o país. “O convênio com Cuba será mantido. Está assinado e valendo por três anos. Há um incômodo do governo cubano com sentenças judiciais determinando a permanência de cubanos no Brasil e o pagamento diretamente aos cubanos, e isso desestrutura o convênio como ele está formado. Mas o Judiciário tem a sua autonomia e, do ponto de vista do Executivo, da Organização Pan-Americana da Saúde e do governo de Cuba, as nossas condições do convênio serão mantidas”, disse.
Ainda segundo Barros, a previsão inicial era que o Brasil recebesse entre 3 mil e 4 mil profissionais cubanos apenas neste ano – inclusive para a reposição das vagas de médicos que completam os três anos de permanência e deixam automaticamente o programa.
“Agora, com essa posição de Cuba, vamos rever [esse número]. Pretendemos sempre dar prioridade a médicos brasileiros. Temos feito chamadas para brasileiros na reposição de vagas, depois chamamos os cubanos. É nosso interesse ampliar o espaço para médicos brasileiros e consolidar aquela redução de 4 mil médicos cubanos nesses três anos de convênio”, destacou.