O sistema público de saúde da cidade de São Paulo começa a oferecer gratuitamente, a partir desta quinta-feira (18), um medicamento que previne a infecção pelo HIV, vírus que é o causador da Aids.
Para garantir a proteção contra o HIV , o uso do antirretroviral deve ser contínuo. Para receber do Serviço Único de Saúde (SUS) a Profilaxia Pré-Exposição, ou PrEP, como é conhecido esse tipo de tratamento, o indivíduo deve ser soronegativo, ou seja, não viver com o vírus, e fazer parte do grupo de vulnerabilidade, que inclui homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, transexuais e casais sorodiferentes – quando apenas um deles possui o vírus.
Veja onde a profilaxia estará disponível na fase inicial, em São Paulo :
Na primeira fase, a profilaxia está disponível em:
– CTA de Santo Amaro, na zona Sul;
– Serviços de Assistência Especializada (SAEs) Butantã, na zona Oeste;
– Fidélis Ribeiro, na zona Leste;
– Ceci, na zona Sul.
A partir de fevereiro, a PrEP também será oferecida em:
– CTA Pirituba, na região Norte;
– Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/AIDS (SEAP);
– Casa da AIDS – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP);
– Ambulatório de HIV/AIDS da Escola Paulista de Medicina (EPM);
– Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
– Centro de Referência e Treinamento (CRT) em DST/AIDS.
Além da capital paulista, 21 munícipios de 10 estados e o Distrito Federal vão disponibilizar PrEP, sendo eles: Manaus, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
O Brasil é o primeiro país da América Latina a contar com essa profilaxia – recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2012 – entre as alternativas de prevenção ao HIV em seu sistema público de saúde.
Atualmente, a tecnologia é comercializada na rede privada dos Estados Unidos, da Bélgica, da Escócia, do Peru e do Canadá. O fármaco usado no tratamento também já estava disponível no Brasil, e custa aproximadamente R$ 290 uma caixa que dura um mês. Sendo assim, o Brasil acaba de entrar no ranking dos poucos países que disponibiliza a PrEP na rede pública de saúde, junto da França e da África do Sul.
A PrEP faz parte de uma nova abordagem para resposta ao HIV. Trata-se de um cardápio de tecnologias de prevenção ao HIV/Aids, que inclui o tradicional preservativo, mas também a testagem, tratamento, imunização, diagnóstico, redução de danos, prevenção à transmissão vertical e a Profilaxia Pós-Exposição, que dão à pessoa e ao profissional de saúde a possibilidade escolher uma metodologia ou combinar várias que se adaptem às necessidades e ao momento de vida do usuário.
Investimento
O investimento no programa foi de R$ 9 milhões e permitiu a compra de mais de 3,5 milhões pílulas. “Cada comprimido custou U$ 0,75 para o ministério, e foram adquiridos 9 mil medicamentos para um ano de PrEP”, informa Adele.
Ainda em fase de projeto de pesquisa, a PrEP poderá futuramente ser ofertada a adolescentes. “O estudo vai demonstrar se adolescentes podem tomar o medicamento, se têm adesão, quais são os efeitos colaterais que não são vistos na população adulta. Estamos esperando o resultado desse projeto de pesquisa para tentar incorporar os adolescentes para usarem PrEP também”.
Segundo a diretora DIAHV, até o fim deste semestre, o programa deve chegar a outros estados. “Até julho teremos pelo menos uma serviço em cada capital brasileira.”