Em um ano, supermercados do Rio de Janeiro batem meta e deixam de distribuir dois bilhões de sacolas plásticas
de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) que participa ativamente da educação e orientação sobre o uso excessivo das sacolinhas.
Desde que a lei que restringe a distribuição do produto passou a vigorar, em junho de 2019, a associação acompanha de perto essa mudança histórica no setor. Nunca tantas sacolas plásticas descartáveis foram retiradas de circulação em um intervalo de tempo tão curto.
Com a redução de cerca de 50% na distribuição de sacolas plásticas pelas redes associadas o Estado do Rio conseguiu bater a meta estipulada pela ASSERJ no início da implementação. “No primeiro ano da lei, tínhamos que reduzir em 40% da distribuição ao consumidor e já chegamos aos 50%.
A partir do segundo ano, é acrescentado 10% até o quarto ano, ou seja, nós precisamos, em quatro anos, reduzir a distribuição de sacolas em até 70%. Acreditamos que vamos conseguir isso bem antes”, diz Fábio Queiróz, presidente da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro.
O levantamento foi feito pela ASSERJ junto aos estabelecimentos que estão cobrando o preço de custo pelas sacolas retornáveis e aderiram ao movimento “Desplastifique Já!”, lançado no dia 25 junho de 2019. Com o mote “Use sacolas retornáveis.
Desplastifique já! Supermercados do Rio e você, juntos pela redução das sacolas plásticas”, o movimento surgiu para fazer com que os consumidores repensem sobre o uso indiscriminado da sacola. Outro objetivo da ação é orientar sobre o impacto do produto no meio ambiente, buscando a mudança de hábitos para um consumo mais consciente, incentivando o uso de sacolas retornáveis.
Segundo o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, a aderência por parte dos supermercadistas associados foi imediata e ajudou na implementação. “Tivemos um engajamento positivo dos estabelecimentos e da população com a causa e isso foi fundamental para todo o trabalho que realizamos no setor. Todos os supermercadistas
entenderam facilmente a importância da lei e entraram nesta luta com a gente. A conscientização sobre o uso de plástico está cada vez maior e a expectativa é reduzir a utilização ainda mais”.
A Lei determina que os supermercados de grande porte disponibilizassem apenas as novas sacolas, produzidas com mais de 51% de fontes renováveis, a preço de custo, não havendo lucro para os lojistas. Os estabelecimentos de pequeno porte tiveram mais seis meses para se adequar e iniciaram a distribuição das novas sacolas em 26 de dezembro de 2019.
Fábio Queiróz revela o orgulho de ver no dia a dia a conscientização da população em não usar mais as sacolas convencionais e levar as suas próprias retornáveis para as compras. “Essa grande conquista foi o primeiro passo para o setor evoluir neste sentido. Ficamos muito gratos com o resultado e isso mostra que podemos ir muito além e contribuir ainda mais para o meio ambiente e o Rio de Janeiro”.
O gerente de Responsabilidade Social da Cencosud Brasil, Fábio Oliveira, acredita que o Rio de Janeiro e a ASSERJ saem na frente em termos de protagonismo nessa mudança tão necessária para o meio ambiente.
“Nós, como pessoas que vivemos e consumimos os recursos deste Planeta, precisamos, a cada dia, evoluir com nossos hábitos e nossa cultura de consumo. Consumimos sacolas plásticas durante décadas e chegou a hora de fazermos uma mudança de chave.
É preciso pensar nas próximas gerações. Neste momento, temos a obrigação de mudar essa forma de consumir sacolas plásticas. Dentro desse contexto, surgem algumas alternativas como as sacolas retornáveis, a reutilização das caixas de papelão e a utilização de outras embalagens sustentáveis.
Por isso, é muito importante celebrarmos 1 ano dessa Lei, dessa nova cultura que está sendo implantada em todo o Rio de Janeiro. Tomara que nosso Estado inspire todo o Brasil nessa nova fase no consumo de sacolas e embalagens”.
Para a consumidora Érika Valóis de 35 anos, além da importância ambiental, as sacolas retornáveis são uma excelente opção para quem faz compras a pé pela praticidade. “Comecei a usar sacolas retornáveis desde quando morava em São Paulo. Quando mudei para o Rio ainda não havia a Lei, mas achei fundamental a implementação da medida para melhorar a conscientização das pessoas sobre o meio ambiente que vivemos”.
Antes da Lei, estima-se que, por ano, cerca de 4 bilhões de sacolas plásticas eram distribuídas no Rio de Janeiro. Com base nisso, mais de 300 milhões de sacolas plásticas eram entregues por mês no Estado. Com a aplicação da Lei, esse número caiu para pouco menos de 200 milhões de sacolas/mês.
Pioneirismo – O Rio de Janeiro foi o primeiro Estado do país a banir a distribuição das sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais. Em 2011, a cidade de Belo Horizonte implementou uma lei municipal com a proibição das sacolas também. A cidade de São Paulo já tinha a lei municipal nº 15.374/2011, que entrou em vigor em 2015.
Entenda a Lei – Desde 26/06/2019 os supermercados de grande porte disponibilizam apenas as novas sacolas, produzidas com mais de 51% de fontes renováveis, a preço de custo, não havendo lucro para os lojistas. Já a Lei 8.472, publicada no dia 15/7/2019, determina que os estabelecimentos comerciais do Estado do Rio de Janeiro deverão reduzir, progressivamente, o número de sacolas plásticas disponibilizadas ao consumidor, sendo: na proporção de 40% no primeiro ano de vigência da Lei e 10% nos anos subsequentes até o 4º ano.
A norma revoga também a Lei 1.299, de 28 de abril de 1988, que determinava a entrega de embalagens para acondicionamento de produtos adquiridos pelos consumidores, nas compras acima de 03 kg (três quilos).