Em outubro de 2016, o Ministério da Saúde anunciou o prazo de 60 dias para todas as 47 mil Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do país estarem informatizadas e prontas para registrar os dados dos pacientes no prontuário eletrônico. final do prazo estabelecido, o número de unidade informatizadas saltou de 920 para 11 mil, totalizando apenas 26% do total. O objetivo da implementação do PEP é reunir informações clínicas e cadastrais do paciente e integrá-las em toda a rede do SUS.
Questionado sobre o não cumprimento dos prazos, a pasta admitiu a falha e afirmou que o ano de 2017 serviu para que a pasta tomasse conhecimento das dificuldades dos postos de saúde. Outro fator apontado pelo ministro da saúde, Ricardo Barros, foi a falta de interesse de empresas de tecnologia em implantar o sistema e um lobby contrário ao processo.
Em entrevista para a rádio CBN, Barros afirmou que há um enorme e poderoso lobby para impedir a informatização e a transparência na saúde, o que fez com que o catão SUS e o prontuário eletrônico demorassem anos para serem implantados. “Foram mais de R$ 1 bilhão de investimentos e nada tinha acontecido na prática (…) Solicitações de exames desnecessários – 80% dos exames de imagem dão normal, metade dos exames laboratoriais nem sequer são retirados. Tudo isso vai gerar uma enorme economia, e evidentemente tem resistência dos fornecedores que atualmente estão faturando com esse descontrole do poder público.”
Em dezembro de 2017 um novo edital para o processo de informatização foi aberto pela pasta da saúde. O objetivo é atingir 100% de informatização até dezembro de 2018. No entanto, especialistas do setor especulam que o projeto pode perder força assim que Barros sair do ministério, em abril, para tentar a reeleição como deputado federal.