A Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga, interior de Manaus, inaugurou uma sala de parto pensada especialmente para as mães indígenas. A iniciativa contou com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde, Secretaria de Saúde Indígena, e de caciques de etnias locais, como os Tikuna, a maior população indígena do Brasil.
A intenção é oferecer um ambiente mais acolhedor para as mães de comunidades indígenas – como as da região do Alto Solimões, Amazonas – as quais, muitas vezes, preferem ter os filhos nas aldeias, ao invés de ir até as unidades de saúde, e não fazem o acompanhamento pré-natal. Desta forma, segundo Daniela Guimarães, gerente assistencial da maternidade, espera-se reduzir a mortalidade infantil.
Além dos equipamentos comuns em qualquer instalação hospitalar deste tipo, a sala possui diversos elementos usados durante os partos nas aldeias. Há um tubo de vidro para as mães soprarem, o que, de acordo com algumas culturas, ajuda no trabalho de parto. Há, ainda, uma banqueta para as gestantes que escolhem dar à luz de cócoras, uma corda rústica suspensa para que possam fazer agachamentos e, ainda, pinturas feitas por artistas indígenas nas paredes.
As indígenas têm direito de entrar na sala com um acompanhante e com uma parteira da aldeia, que tem um papel similar ao das doulas, oferecendo apoio emocional e ajudando no parto. Os primeiros partos devem ser realizados a partir desta segunda-feira (29).