Uma nova tecnologia está chegando para capacitar ainda mais os médicos, para que enxerguem os exames internos em um tela de computador durante aprendizado do toque retal. Por meio de um reto robótico, os médicos e enfermeiros vão ter uma compreensão completa do reto masculino, inclusive com sensações do que é normal e do que está fora do padrão – no caso, a próstata dilatada.
Através da teconologia haptic, os médicos poderão visualizar numa tela de computador tudo aquilo que estiverem estudando no reto robótico, inclusive com gráficos em 3D dos órgãos analisados. Será possível saber, por exemplo, se o aumento da próstata pode estar relacionado a outras doenças, e não apenas ao câncer. Diversos desses cenários poderão ser programados nesse robô.
A invenção é dos pesquisadores da universidade Imperial College London, do Reino Unido, e foi apresentada na conferência Eurohapitcs, que aconteceu entre 4 e 7 de julho de 2016 em Londres. A equipe agora prepara um modelo feminino do robô, para que exames ginecológicos também possam ser estudados com essa tecnologia.
Atualmente, existem modelos de plástico nos quais os médicos estudam os exames prostáticos, mas nenhum deles se assemelha tão bem à realidade quanto o robô apresentado na conferência. A novidade reproduz a sensação real da pele e dos outros tecidos vivos (externos e internos), por isso é muito mais fiel e confiável.
Precisão
Para a elaboração do robô prostático, os pesquisadores se basearam em exames de ressonância magnética de voluntários para criar uma estrutura anatômica média dos órgãos da região retal do homem. Além disso, especialistas em próstata e médicos-cirurgiões deram consultoria e testaram o robô para ele ficar o mais fiel possível à realidade.
“O tamanho e a forma do reto e da próstata podem variar muito de pessoa para pessoa, e essa tecnologia permite que os médicos pratiquem suas habilidades em muitos pacientes virtuais diferentes”, explicou Fernando Bello, um dos pesquisadores responsáveis pela inovação. “Experimentar uma sensação realista é crucial no aprendizado”, concluiu Bello.
A próxima etapa é desenvolver luvas com sensores que podem ser primeiramente testadas no reto robótico e depois aplicadas em pacientes para coletar dados ainda mais precisos sobre a saúde da próstata. Espera-se que, em um futuro próximo, exames de toque possam trazer muito mais informações do que atualmente.