A Rede Mater Dei de Saúde iniciou a realização de cirurgia cardiovascular pediátrica devido à incidência e importância das cardiopatias congênitas. Cerca de 8 a 10 crianças em cada 1000 nascidas vivas são portadoras de doenças congênitas do coração e, aproximadamente, 85%, necessitarão de algum tratamento cirúrgico. Pelas estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, nascem cerca de 24 mil cardiopatas no Brasil e, aproximadamente, 50% delas necessitarão de algum tipo de tratamento cirúrgico durante o primeiro ano de vida. Poucos hospitais de Belo Horizonte e de Minas Gerais oferecem este tipo de cirurgia. “Estruturamos o Serviço com a equipe de Terapia Intensiva Pediátrica, cardiologista pediátrico, ecocardiografista e cirurgia cardiovascular”, conta o coordenador do Serviço de Pediatria da Rede Mater Dei de Saúde, Luís Fernando Carvalho.
A Rede realiza as cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas em todas modalidades de tratamento cirúrgico e níveis de complexidade. “Todos os bebês nascidos no Mater Dei e que necessitarem de cirurgia serão prontamente operados com toda a segurança, e com os mais elevados padrões técnicos, eliminando-se assim uma fase muito crítica e perigosa: a transferência para outro serviço. Por se tratar de procedimento de alta complexidade, existente em poucos centros de referência no Brasil (cerca de 20 grandes centros), a Rede continua mantendo o perfil de liderança na Saúde complementar em Minas Gerais”, fala o médico e cirurgião cardiovascular pediátrico da Rede, Marcelo de Castro.
Inúmeros fatores determinam o sucesso da cirurgia cardíaca pediátrica. “É uma cirurgia de enorme complexidade e o sucesso depende, basicamente, mas não exclusivamente, da qualidade, do desempenho e das interações da equipe multidisciplinar, como a equipe cirúrgica, UTI neonatal e UTI pediátrica, a equipe anestésica, enfermagem, fisioterapia, psicologia e etc. Depende, ainda, da qualidade e disponibilidade dos exames complementares, laboratório de hemodinâmica, sala híbrida, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, ecocardiograma transtorácico e transesofáfico de boa qualidade, incluindo a ecocardiografia fetal”, explica Marcelo. O Mater Dei Medicina Diagnóstica possui todos esses elementos e a Rede possui a estrutura necessária para garantir o sucesso na correção das cardiopatias pediátricas.
Diagnóstico
O médico Marcelo explica que um fator de extrema importância é o diagnóstico correto e precoce da cardiopatia que, no Mater Dei, já pode ser realizado com extrema precisão a partir da 22ª semana de gestação, por meio da Ecocardiografia fetal para planejamento do parto seguro, que reduz riscos e mortalidade. “Esperamos que, cada vez, mais o diagnóstico e o tratamento sejam realizados o mais precocemente possível, em um número sempre maior de pacientes, com uma equipe multidisciplinar afinada, resultando em taxas de sucesso maiores”, conta Marcelo. Em casos mais complexos, há a necessidade da complementação diagnóstica, com o exame em laboratório de hemodinâmica (cateterismo cardíaco), ou até mesmo uma tomografia ou ressonância do coração. “Grande parte das más-formações cardíacas pode ser detectada durante o pré-natal, com o ultrassom gestacional. Um pré-natal bem-feito, com a realização dos exames de ultrassom por médicos experientes, permite a detecção da má-formação, orientação e programação do nascimento e do momento ideal para correção cirúrgica, juntamente, com a família”, explica Luís Fernando.
Tipos de cirurgia cardiovascular pediátrica
- Cirurgias paliativas (não curativas): cirurgias de confecção de anastomoses sistêmico-pulmonares (Blalock-Taussing), bandagens de artéria pulmonar, cirurgias para o tratamento da Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo e aquelas para o tratamento dos Corações Univentriculares.
- Cirurgias curativas, que são em grande maioria para correção de Transposição dos Grandes Vasos, Tetralogia de Fallot, fechamento de comunicações interventriculares, canal átrio-ventricular).
- Cirurgias com uso de circulação extracorpórea (máquina coração-pulmão artificial) e sem circulação extracorpórea.
- Procedimentos híbridos, cada vez mais comuns, tem atuação conjunta do cirurgião cardiovascular e do cardiologista pediátrico intervencionista. É realizado na Sala Híbrida, com abordagem por meio de incisão convencional (esternotomia) e, também, através de acessos vasculares (percutâneo) com o auxílio de fluoroscopia (radiação X) IU e com o implante de dispositivos intracardíacos. “A Sala Híbrida do Mater Dei Contorno é uma das mais avançadas do mundo”, conta Marcelo.