Reconhecimento facial pode ser usado para falsificar identidades, alertam especialistas em cibersegurança
No último final de semana, o aplicativo FaceApp voltou a bombar nas redes sociais após a liberação gratuita do filtro “mudança de gênero”. A novidade gerou até a hashtag “faceappchallenge” e recebeu centenas de milhares de compartilhamentos no Facebook e no Instagram.
Com isso, também retornaram os questionamentos sobre a segurança do app de reconhecimento facial e os riscos do compartilhamento dessas informações para a privacidade.
De acordo com o analista sênior de segurança da empresa internacional de cibersegurança Kaspersky, Fabio Assolini, o app não possui nenhum item malicioso. No entanto, pelo fato de o reconhecimento facial ser uma tecnologia usada principalmente para a autenticação de senhas, o usuário deve ter bastante cuidado ao compartilhar sua imagem com terceiros.
“Temos que entender essas novas maneiras de autenticação como senhas, já que qualquer sistema de reconhecimento facial disponível a todos pode acabar sendo usado tanto para o bem quanto para o mal”, alerta o especialista da Kaspersky.
Segundo Assolini, por utilizar Inteligência Artificial para fazer as modificações a partir do reconhecimento facial, a empresa dona do app pode vender essas fotos para empresas desse tipo.
“Além disso, é preciso ter consciência que esses dados estão armazenados em servidores de terceiros, e que também podem ser roubados por cibercriminosos e utilizados para a falsificação de identidades”, acrescenta.
Por isso, o analista recomenda que, caso queiram entrar na brincadeira, os usuários precisam ficar atentos sobre a segurança do app e baixá-lo apenas de lojas oficiais. Ele também reitera a importância da leitura dos termos de privacidade de todos os apps para entender quais informações são solicitadas.
“Mais de 60% dos brasileiros não leem esses termos e esquecem de pensar sobre como seus dados podem ser utilizados”, conclui Assolini.
Ao baixar apps, a Kaspersky recomenda que os usuários:
• Tenham certeza de que o aplicativo é de confiança e está nas lojas oficiais;
• Leiam os termos de privacidade para entender que informações são solicitadas;
• Entendam o reconhecimento facial como uma senha – não saia utilizando em todos os lugares;
• Sempre verifiquem quais permissões são solicitadas, como login associado à uma conta existente em determinada rede social.