Em parceria com a Federação das indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Hospital israelita Albert Einstein, a província de Ontário, no Canadá, convidou executivos da indústria de saúde para expor um panorama sobre o polo saúde de Ontário e os incentivos oferecidos para que pesquisadores e empreendedores garantam a inovação e desenvolvimento do setor, garantindo que Ontário mantenha sua relevância médica internacional, em áreas como medicina regenerativa, oncologia, cardiologia e neurologia. O Encontro ocorreu na última semana, em São Paulo, na sede da federação.
Em uma missão de negócios realizada recentemente, representantes de importantes empresas do setor de saúde e farmacêutico tiveram a oportunidade de conhecer Ontário – que possui, ainda, os menores custos de operação dentre os países do G7 para o setor de biotecnologia.
Um dos principais focos da missão foi o MaRS Discovery District, uma das maiores aceleradoras de negócios do planeta, que ocupa um quarteirão inteiro no centro de Toronto que apoia novos negócios de saúde e também outras áreas a promoverem a inovação desses setores.
“A inovação é uma prioridade para o governo de Ontário. O governo possui várias maneiras de investir e fomentar essa prática no setor de saúde e outros segmentos da economia. Ale’m disso, o governo oferece uma série de incentivos fiscais, como créditos na forma de imposto, arcando com parte do salário de estagiários para as empresas entre outras maneiras”, afirmou o cônsul comercial da província de Ontário, Todd Barrett.
A província canadense de Ontário é considerada um dos destaques no setor de pesquisa e desenvolvimento na América do Norte. A região possui vantagem em relação a custo cerca de 23,9% menor na comparação à média aplicada aos Estados Unidos e investe cerca de US$14 bilhões na área por ano. Uma das características mais marcantes no cenário de R&D na região é a parceria entre as instituições de ensino e empresas de mercado.
Na área de saúde, a província investe mais de C$ 66o milhões ao ano em pesquisas do setor e, por isso, é referência nas áreas de medicina regenerativa, oncologia, cardiologia e neurologia, com importantes hospitais e laboratórios que conduzem pesquisas que estão constantemente revolucionando as práticas médicas.
Um dos exemplos que refletem essa parceria é o suporte do Google e da Communitech para a expansão do programa Velocity da Universidade de Waterloo, que apoia o desenvolvimento de comunidades de startups. O Google cedeu espaço e o programa da universidade foi ampliado em 11 mil metros quadrados. A empresa também aumentou sua presença em Waterloo com a inauguração de uma nova sede, que reunirá 350 engenheiros em 185 mil metros quadrados.
Outro atrativo do mercado de Ontário são os centros especializados, que incentivam a pesquisa e o desenvolvimento aplicável no negócio. Localizado em Toronto, o MaRS Discovery District coloca, no mesmo ambiente, educadores, pesquisadores, cientistas sociais e empresários para incentivar a inovação e facilitar o contato de empresas com oportunidades de negócios e acesso a capital. O MaRS emprega cerca de 5.000 pessoas e já angariou um capital de 1,3 bilhão de dólares entre 2012 e 2014.
A Universidade de Waterloo, por sua vez, oferece o diferencial de que toda propriedade intelectual criada pertence ao aluno que a desenvolveu, e não à instituição. Essa medida encoraja jovens de todo o mundo a estudar em Ontário e desenvolver inovações que, muitas vezes, se transformam em negócios de sucesso. Atualmente ex-alunos são responsáveis por cerca de 200 empresas instaladas na região, como a Kik, Thalmic Labs, Vidyard e MappedIn.
Especificamente para o setor de saúde uma iniciativa interessante é o Structural Genomics Consortium formado pela Universidade de Toronto em parceria com universidades de 5 países incluindo uma representante brasileira, a UNICAMP. O consórcio conecta pesquisadores de diferentes países, formando um banco de dados sobre o desenvolvimento de diversos remédios, reunindo informações sobre o que já foi desenvolvido até agora e visando parcerias para dar continuidade a projetos específicos. O setor privado também está conectado a essa rede – Aché, Boehringer Ingelheim, Bayer, Merck entre outras – para monitorar o que de interessante está sendo desenvolvido e o que deve ser trazido para o mercado e aplicado em tratamentos para o bem-estar dos pacientes.