Quantas mãos apertamos por dia sem saber se foram devidamente higienizadas? O assunto pode parecer corriqueiro e ter até certa graça, mas a falta de higiene também acontece nos ambientes hospitalares e, nesse caso, se torna bem mais sério.
Segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mãos de profissionais de saúde são, em todo o mundo, a principal via de contaminação cruzada em pacientes, responsáveis por grande parte das infecções hospitalares, muitas vezes com risco de morte. Na melhor das hipóteses, aumentam o tempo de internação, o que acaba onerando o sistema de saúde.
O sistema é simples: cada funcionário possui um crachá, menor do que um celular convencional, com 9 mm de espessura, visor eletrônico e iluminação em led (light emitting diode). Cada vez que o funcionário aciona um dos dosadores de álcool em gel, instalados nas paredes dos hospitais, automaticamente é emitido um sinal por bluetooth para o crachá, informação repassada para o software central, por wi-fi. Nele, aparecerão as informações dando conta de quando foi a última vez, e a que horas, em que aquele profissional lavou as mãos.
Com o programa, é possível elaborar relatórios diários, semanais, mensais e anuais, de acordo com a escolha do administrador. Para acessar o sistema, é ainda mais simples: basta abrir um navegador de internet, em qualquer computador, digitar o endereço específico e consultar as informações.
Na prática, todas as vezes que o profissional lavar as mãos, uma mãozinha com o dedinho para cima, sinal conhecido com “thumbs up” e que os usuários do Facebook clicam como “curtir”, surge no display do crachá, com um som, confirmando que a obrigação higiênica foi cumprida.
O projeto permite ainda que se monitorem leitos de hospitais com sensores de presença. Se um profissional de saúde, seja ele médico ou enfermeiro, aproximar-se do leito de um paciente sem haver higienizado as mãos, poderá fazer soar um alarme.
Pelo display do crachá também será possível receber mensagens, avisando, por exemplo, se precisam de ajuda do funcionário em determinado setor do hospital. Para que a mensagem apareça, basta que o solicitante entre no sistema, pelo computador, pelo celular ou por um tablet, e clique no lugar adequado. A mensagem aparecerá no crachá. O profissional, por sua vez, poderá responder ao chamado com respostas pré-selecionadas, como “sim”, “agora não posso”, “daqui a 10 minutos”.
O crachá também conta com um botão de socorro, que pode ser utilizado pelo funcionário em situações de emergência: se, por exemplo, há um paciente caído no chão, quando é preciso buscar ajuda, mas, ao mesmo tempo, não é possível deixar o doente sozinho. Com o dispositivo, se poderá mapear onde está o funcionário.
O projeto está em fase final. Estima-se que esteja sendo comercializado em cerca de quatro meses. Falta pequenos testes, como o ajuste da potência do sinal de radiofrequência do sensor de presença dos leitos. De acordo com o engenheiro, apesar de ainda não estar à venda, o projeto já fez muito sucesso em maio de 2013, em São Paulo, quando foi exposto na Feira Internacional Hospitalar, de produtos, equipamentos, serviços e tecnologia para hospitais, laboratórios, farmácias, clínicas e consultórios.