Primeiro centro do país voltado exclusivamente ao tratamento neurocirúrgico de doenças do sistema nervoso central como tumores, doenças vasculares e doença de Parkinson na rede pública no país, o Instituto Estadual do Cérebro, localizado no Rio de Janeiro, tornou-se referência em pouco mais de um ano de atuação. Administrado no modelo Organização Social de Saúde (OSS) pela Pró-Saúde, o instituto realizou em seus primeiros 365 dias de atuação, 1.000 procedimentos cirúrgicos.
Segundo Ana Neves, Subsecretária de Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde RJ, o atendimento de qualidade é reflexo direto do planejamento prévio e das metas estipuladas no contrato estado-organização social. “São metas quantitativas e qualitativas. Por trás de cada atendimento prestado existe uma equipe de saúde que estuda a necessidade da região. Neste estudo são analisadas as demandas que chegavam aos hospitais e que não eram atendidas adequadamente a fim de suprir as necessidades”, afirma.
Ana ainda conta que todo repasse depende diretamente da conquista dos objetivos firmados em contrato e que, por isso, qualquer meta não alcançada precisa ser justificada de maneira sólida. “Todas as metas são baseadas em referências internacionais de qualidade, ou seja, o que nós temos aqui corresponde a parâmetros que são iguais aos colocados nos melhores hospitais do mundo referentes ao mesmo tipo de assistência neurocirúrgica prestada no instituto”, diz.
Entre os números alcançados pelo instituto mensalmente estão 200 procedimentos cirúrgicos, taxa de mortalidade abaixo de 2%, e de infecção menor que 2,5%. “É importante saber que dentro do critério de transparência da Secretaria Estadual de Saúde todos os contratos de metas com os seus termos e referências estão disponíveis na internet”, afirma.
Para José Donizetti, Diretor-executivo da unidade, mesmo se tratando de um hospital público gerido por uma organização sem fins lucrativos, é preciso ter o tripé de gestão sustentável como um norte na administração. “Apesar de não buscarmos lucros, queremos resultados, por isso a importância da responsabilidade social, com o meio ambiente e equilíbrio financeiro são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio”, diz.
Considerado por Donizetti como um fator fundamental na manutenção da qualidade, o setor de recursos humanos na instituição é tratado como uma das prioridades da gestão. “O que nós fazemos é prestação de serviços e são as pessoas que fazem isso, elas são o nosso principal capital. Nossa preocupação é reter os talentos, por meio de treinamentos para que eles cresçam dentro da sua área técnica”, diz.
Tecnologia
Sempre investindo em tecnologia como instrumento para o melhor atendimento ao público, o instituto ganhou, quatro meses após a sua inauguração, um moderno espaço com sala cirúrgica e aparelho de ressonância magnética.
Toda a tecnologia presente na instituição permite a realização de exames de ressonância durante cirurgias, com o paciente ainda na mesa de operação. Apenas neste ambiente, o investimento foi de R$ 16,7 milhões.
A sala é utilizada nos 60% de atendimento do instituto, que são as cirurgias de tumores cerebrais, além de procedimentos de epilepsia e na área neurocirúrgica. Um dos métodos adotados no local para garantir a utilização plena do aparelho é o uso dele para outros pacientes da unidade, quando não existe a necessidade durante cirurgias.
Outros três centros cirúrgicos estão disponíveis na instituição, todos com capacidade para a realização de cirurgias neuronaveganionais. A estrutura também conta com nove consultórios, 40 leitos de UTI adulto e quatro leitos de UTI pediátrica, além de dois leitos para pacientes com epilepsia.