Fiel à anatomia e às reações humanas, um dos manequins utilizados nos treinamentos, o Resusci Anne, é capaz até de falar, resmungar, tossir e ainda reproduzir sons respiratórios, cardíacos e intestinais, exemplificando diversos casos clínicos. Tudo isso, com muita interatividade, já que, por meio de um tablet, conhecido como SimPad, o enfermeiro instrutor pode controlar o manequim para simular, por exemplo, um paciente com ataque cardíaco ou uma freqüência cardíaca baixa, pressão alta ou pressão baixa, além de poder alterar todos os parâmetros vitais do paciente. Todas as informações inseridas no tablet podem ser visualizadas pelos participantes do treinamento no desfibrilador ou no monitor multiparâmetros. Outro manequim que possui a mesma interatividade que o Resusci Anne é o MegaCode Kid, que simula uma criança em torno dos 6 anos. Com esse manequim é possível realizar o treinamento da punção intra-óssea, acesso realizado pelo osso que permite a infusão de medicamentos e soro em uma situação de emergência.
“O treinamento de simulação realística consegue se aproximar do que a gente vive no dia a dia e isso é uma grande vantagem. Traz mais segurança para a equipe na hora de realizar o procedimento com o paciente de verdade. Essa proximidade com a realidade é tão bacana que nos permite aplicar exatamente a mesma força de compressão, a mesma dificuldade de ventilar. Com isso, o instrutor pode escolher um caso clínico teste e fazer as pessoas pensarem, analisarem e tomarem decisões baseadas nesse caso. Ao término, é realizado ainda um momento para discutir e refletir o que foi feito de certo e errado, visando melhorar cada vez mais nossa assistência” explica Letícia Quaresma, enfermeira da Educação Permanente do HMC.
Investimento e capacitação que fazem a diferença
Graças ao cumprimento de metas qualitativas pactuadas com o Estado, a Fundação São Francisco Xavier pôde adquirir tais manequins através do repasse de verbas do Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais (Pro-Hosp). Com isso, além dos manequins Resusci Anne e MegaCode Kid, o setor de Educação Permanente do Hospital Márcio Cunha conta ainda com um manequim adulto para simulação de técnicas de enfermagem, uma pelve para simulação do parto, um recém nascidos e oito dorsos, que permitem o treinamento da realidade da animação cardíaca, usado para treinar não só a equipe assistencial, mas também outras áreas no suporte básico de vida. Para integrar o acervo do hospital, existe ainda o simulador do Desfibrilador Externo Automático (DEA), usado também por leigos, para que possam identificar e entender uma parada cardíaca.
“Isso permite que um indivíduo com treinamento básico possa realizar o atendimento de uma vítima em parada cardíaca, facilitando e multiplicando as possibilidades de salvamento. Essa é uma medida importante e que deve ser implantada até o fim do ano em todo o hospital”, afirma Lúcia Figueiredo Abreu, coordenadora do setor de Educação Continuada. Durante os treinamentos admissionais, o setor de Educação Continuada conta também com o apoio e a parceria das equipes do Núcleo de Segurança do Paciente, Fisioterapia, Farmácia, Oncologia e Manutenção, que contribuem com treinamentos voltados para assistência e segurança do paciente. Para Lúcia Figueiredo, essa integração das equipes na formação do colaborador recém admitido é muito importante para garantir o pleno conhecimento dos processos.
“O hospital valoriza o investimento em seu corpo assistencial e fornece capacitação e atualização permanentes com o que existe de mais moderno. Buscamos, cada vez mais, propiciar treinamento diferenciado tanto em carga horária quanto do ponto de vista qualitativo. A tecnologia da simulação realística representa um importante avanço nesse sentido”, explica o superintendente do HMC, Mauro Oscar Soares de Souza Lima.