O total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares com 60 anos ou mais cresceu 1,7% entre março deste ano e o mesmo mês do ano passado. O que equivale a 106,2 mil novos vínculos de acordo com o boletim Saúde Suplementar em Números, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com base nos números da ANS que acabam de ser atualizados. O resultado segue na contramão do mercado que perdeu 978,2 mil vínculos no período, uma queda de 2%.
O resultado, de acordo com o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, se deve, principalmente, a mudança demográfica pela qual o País está passando. “Essa faixa etária é aquela na qual as pessoas mais demandam por serviços de saúde. Portanto, se tiverem condições, irão contratar um plano de saúde”, avalia.
Outro diferencial em relação ao restante do mercado é a menor dependência do mercado de trabalho. Enquanto 66,4% do total de vínculos médico-hospitalares é de planos coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores), entre os idosos esse tipo de plano responde por apenas 40,5% dos vínculos. A participação dos planos pagos pelo próprio beneficiário é maior entre esse público: 36,2% dos beneficiários com mais de 60 anos têm planos individuais, contra 19,6% do total de mercado; e, 22,2% dos vínculos desse público são de planos coletivos por adesão, enquanto esses planos respondem por 13,6% do total de mercado.
Octogenários em alta
O boletim do IESS mostra, também, que o grupo de idosos que mais contrata planos é aquele com 80 anos ou mais. Entre março de 2016 e o mesmo mês deste ano, o total de vínculos para essa população cresceu 3,3%. O que equivale a 34,1 mil novos vínculos.
No mesmo período, o total de beneficiários com idade entre 65 anos e 69 anos cresceu 2,4%, acréscimo de 33,2 mil vínculos; enquanto o número de vínculos com pessoas de 70 anos a 74 anos cresceu 3,1%, o que significa a adesão de 30,6 mil beneficiários.
Diante da mudança demográfica e da maior demanda, algumas operadoras de planos de saúde, destaca Carneiro, também têm aumentado a oferta de produtos para esta faixa da população. “Estamos vendo o fortalecimento de empresas focadas nesse público.”
Carneiro alerta, contudo, que o mercado precisa enfatizar questões como o estimulo à promoção da saúde e, principalmente, o modelo de remuneração de prestadores de serviço de saúde. “É muito importante que o mercado apoie e conscientize os beneficiários a cuidarem da sua saúde enquanto estão em idade ativa e em pleno vigor da saúde. Assim, serão idosos mais saudáveis e menos dependentes de serviços de saúde”, observa.