O presidente do Banco Mundial (Bird), Jim Yong Kim, fez um alerta nesta terça-feira (27) que o mundo está “perigosamente despreparado” para futuras pandemias mortais como a de ebola na África Ocidental. Em um discurso em Washington D.C., sede da instituição, Kim disse que era vital que governos, empresas, agências de auxílio e as companhias de seguros trabalhassem juntos para futuros surtos.
Mais de 8,5 mil pessoas morreram por conta do ebola em todo o planeta, sendo a grande maioria em Serra Leoa, Guiné e Libéria. Segundo o presidente do Bird, o mundo precisa impor uma “meta zero” de casos para o futuro.
Kim disse também que o Grupo Banco Mundial trabalha em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), outras agências da ONU, além de acadêmicos e funcionários de empresas de seguros para desenvolver o conceito de “mecanismo financeiro para pandemias”. Uma proposta sobre o assunto deve ser apresentada aos países-membro do Bird nos próximos meses.
A ideia provavelmente envolveria uma combinação entre obrigações de países e planos de seguro, sendo semelhante a apólice mantida pelo proprietário – no caso, os países da comunidade internacional. Kim afirmou que o resultado seria o aumento da capacidade de contenção de epidemias por parte da OMS, além das agências de controle de doenças nos países em desenvolvimento.
O co-fundador da Microsoft, Bill Gates, também alertou nesta terça-feira (27), em um discurso em Berlim para a Aliança Global para Vacinas e Imunização, que a epidemia de ebola foi apenas “o começo”. O bilionário fez um pedido para que a comunidade internacional faça um plano de ação baseado em tecnologia semelhantes à forma como nos “preparamos para a guerra.”
Gates, cuja caridade Bill & Melinda Gates Foundation desembolsa quase US$ 4 bilhões no mundo, apelou ao mundo para aplicar as lições aprendidas com o ebola e desenvolver um plano para futuros surtos. Uma estratégia seria a criação de equipes de voluntários capazes de responder rapidamente a uma emergência de saúde pública, segundo noticiou a Agence France-Presse (AFP).