Pesquisadores da Universidade de Glasgow desenvolveram uma tecnologia para cultivar ossos artificiais em laboratório sem utilizar medicamentos ou produtos químicos, apenas recorrendo à vibração.
O nome em inglês é “nanokicking” (“nanochute” em tradução livre): uma técnica que retira células-tronco da medula óssea, que podem se transformar em muitas outras células especializadas, e “chutam” estas células usando altas frequências, a fim de desencadear uma transformação e fazer com que elas virem células produtoras de ossos. Os minúsculos “nanokicks” são dados milhares de vezes por segundo.
“Estamos imitando o osso, que vibra cerca de mil vezes por segundo naturalmente”, disse o Matthew Dalby, da equipe de pesquisadores escoceses que desenvolveu a técnica.
Os novos pedaços de ossos, então, são cultivados a partir das células do próprio paciente. Sem produtos químicos ou proteínas de crescimento que podem apresentar efeitos colaterais.
Esses pedaços de ossos poderão, então, ser implantados e se fundir com o osso ou ajudar a reparar danos e fraturas. Os pesquisadores acreditam que talvez seja até possível dar os “nanokicks” diretamente nos pacientes para curar fraturas sem cirurgia e, no futuro, isso poderá ajudar a desacelerar o crescimento de tumores nos ossos.
As vantagens do método é que ele não envolve cirurgias dolorosas para remover amostras de osso de outras partes do corpo e não há risco de rejeição. O osso é um dos tecidos mais transplantados do mundo e, por isso, o impacto desta técnica pode ser enorme.
Uma população que está envelhecendo também aumenta a demanda por estas técnicas, pois mais pacientes estão sofrendo com osteoporose e fraturas no quadril, por exemplo.
Nos próximos três anos, os pesquisadores irão testar esses ossos criados em laboratório nas pessoas e, em menos de uma década, esta nova terapia poderá estar disponível para os pacientes.