O perfil epidemiológico da população vem mudando consideravelmente com o passar dos anos, a velocidade das epidemias, o envelhecimento populacional e o aumento de pacientes crônicos forçaram sistemas de saúde interior a repensar seus modelos de assistência e prepararem-se para um futuro onde investimentos a integração de informarções será vital para o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção e combate à doenças infecciosas e até mesmo crônicas, além de realizar uma melhor governança desses sistemas.
De acordo com o presidente da consultoria MH Nusbaum, Michael Nusbaum, para isso é necessário compreender o contexto onde o setor encontra-se atualmente e entender que o uso de Big Data pode ser uma das grandes soluções para sanar essa demanda, porém, para que seja possível será necessário que mais informação seja gerada, de maneira segura e íntegra para que decisões precisas e baseadas em evidência possam ser tomadas.
“O que é tão importante em saúde digital? É ajudar as pessoas a terem um melhor sistema de saúde, e para isso é necessário descobrir como a tecnologia da informação poderá auxiliar essas pessoas, independente de onde elas estejam ou qual idioma elas falem”, afirma Nusbaum, em sua apresentação durante o XV Congresso Brasileiro de Informática em Saúde, ocorrido entre os dias 27 e 30 de novembro, em Goiânia.
Ainda segundo o executivo, há muito tempo, o hospital era considerado o centro do sistema de saúde, e agora, é necessário olhar para a TI com a mesma ótica, sob a perspectivas de auxiliar o sistema, aumentando a eficiência e o acesso. Ainda dentro desse contexto, hoje são criados serviços multidisciplinares, racionalizados e com uma governança centralizada onde quanto melhor a governança mais eficiente e racionalizado será o serviço.
“É responsabilidade da TI ajudar a fazer uma distribuição mais racional dos serviços de saúde aumentando o acesso. O paciente passou a ser o centro desse sistema, com atendimentos multidisciplinares, geralmente aplicados em centros de saúde. Essa é uma mudança no perfil do setor, onde o médico ou o hospital deixaram de ser o centro de tudo”, acrescenta Nusbaum.
O executivo também destacou a necessidade de pensar em como serão adaptadas as tecnologias para que elas possam ser acessadas pelos dispositivos móveis. “Temos que achar uma forma sustentável, econômica e ambientalmente, e um grande desafio para isso será a infraestrutura de telecomunicações, o tráfego de dados será vital para apoiar essa evolução.”
Em muitas regiões do mundo, muitas pessoas tem celular, como na África ou no polo norte, porém, não possuem banda larga.
A informação como nosso principal ativo
Um exemplo que pode ser dado, é a identificação de pacientes no Canadá, ao contrário do Brasil, no pais da America do norte existem 14 diferentes indicadores para identificar um paciente no sistema de saúde. Isso torna difícil o rastreamento desse paciente e até mesmo influencia no financiamento desse paciente.
O Canada está em uma jornada para padronizar essas informações e tem investido em TI para suporte a essa transformação. A União Européia também vem investindo bilhões em TI em Saúde para evoluir esses padrões e melhorar a tecnologia em saúde. Essa é a grande janela de oportunidade no momento.
Um exemplo dessa movimentação pelo consultor foi o Infoway, sistema de informação adotado pelo governo canadense, que criou a estrutura básica para a TI na saúde e até auxiliou diversos países com esse modelo. “Essa arquitetura da informação vem sendo atualizada e sendo referência, encabeçada e fomentada pelo governo.Com o gerenciamos todos esses dados, a Infoway é nosso principal ativo. No entanto, essa mágica de organizar os dados ainda é a grande questão que irá melhorar a eficiência de tudo.”, completa.