A Med Imagem é um grupo formado por operadoras de planos de saúde e dental com 142 mil usuários, cinco hospitais, clínica oncológica, laboratórios de exames e distribuidora e importadora de materiais e medicamentos. O modelo de negócio é baseado numa gestão verticalizada, ou seja, o atendimento dos usuários do convênio médico é feito basicamente em rede própria. A taxa de sinistralidade da operadora de saúde do grupo gira na casa dos 63% – patamar bem abaixo do registrado pelo setor, de 85% no ano passado. Segundo especialistas de saúde, uma operadora é lucrativa quando a sinistralidade é de aproximadamente 75%.
O Patria e Med Imagem informaram que não comentam rumores de mercado. Com o aporte dos novos controladores, a Med Imagem planeja se expandir, inicialmente, no Nordeste com aquisição de hospitais, segundo fontes a par do assunto. Hoje, a empresa está presente no Piauí e no Maranhão. Vários investidores estão adquirindo hospitais para montar redes no país. Entre eles estão, por exemplo, o private equity Bozano, do economista Paulo Guedes; o family office Abaporu, do empresário Elie Horn; o fundo chinês Fosun, além de grupos hospitalares como a Rede D’Or e a UnitedHealth, que têm acionistas investidores.
O Patria, por sua, vez deve usar a Med Imagem como plataforma de expansão de hospitais e integrá-la com seus demais negócios na área de saúde. A gestora de private equity é controladora da Elfa, uma distribuidora de medicamentos da Paraíba que pode ter sinergias com a empresa de importação de materiais médicos da Med Imagem. Além disso, o Pátria tem participação na rede de medicina diagnóstica Alliar.
Com a expansão no Nordeste, a Med Imagem vai concorrer com as Unimeds locais e com a Hapvida, uma das cinco maiores operadoras de planos de saúde do país, com cerca de 1,5 milhão de usuários. A Hapvida estuda fazer uma oferta inicial de ações (IPO) para ser uma operadora com atuação nacional.
A Med Imagem foi fundada em 1997 pelo médico José Cerqueira Dantas, que permanece com 40% do grupo. Dantas começou a atuar no segmento de planos de saúde no início dos anos 90 como franqueado da Amil no Piauí. Na época, era possível ter franquias de operadoras de planos de saúde, mas com a aprovação da legislação do setor em 1997, a possibilidade a de ter franquias deixou de existir. O fundador da Amil, Edson Bueno, deixou a carteira de clientes no Piauí com Dantas, que optou por um modelo verticalizado.
O apetite dos investidores por operadoras com rede própria é cada vez maior. A NotreDame Intermédica, comprada pela Bain Capital, é uma das expoentes desse modelo e protocolou pedido de IPO na semana passada. Outros exemplos são o grupo São Francisco , que vendeu uma fatia minoritária ao Gávea, e a Hapvida, alvo de constante assédio de fundos e que também pode abrir o capital.
Fonte: Valor Econômico