Quadro estava em vigor desde fevereiro para impulsionar pesquisas que comprovassem relação entre o zika e a microcefalia
Depois de uma reunião entre representantes do Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), sexta-feira (18), o órgão considerou que o zika vírus e a microcefalia não são mais emergência de saúde internacional.
Para respaldar a decisão, durante o encontro, representantes do Brasil, Tailândia e Estados Unidos forneceram informações ao Comitê de Emergência acerca da microcefalia, Síndrome de Guilain-Barré e outros distúrbios neurológicos associadas às infecções pelo zika vírus.
Também foram repassados dados quanto às medidas implementadas para controlar a epidemia e que levaram a OMS a rever a situação de emergência internacional.
Segundo a OMS, após a declaração de emergência internacional de saúde pública em fevereiro deste ano, os países atingidos pela epidemia se mobilizaram para responder ao avanço da doença, a partir do entendimento de que as consequências da infecção pelo zika vírus eram um problema a ser tratado a longo prazo.
Na época, o crescimento da epidemia associada à microcefalia e a outros distúrbios neurológicos no Brasil e na Polinésia Francesa justificaram a necessidade da realização de pesquisas coordenadas para combater o vírus. Com a confirmação científica da relação entre as infecções pelo vírus e a microcefalia, o Comitê de Emergência considerou que ações em nível global seriam necessárias.
Ainda assim, no Brasil, o ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira, a ampliação dos cuidados com bebês e mães que foram infectadas pelo vírus durante a gestação. As crianças devem ser acompanhadas até os três anos de idade para investigar possíveis sinais de microcefalia e outras complicações neurológicas. Além disso, a pasta ainda recomenda que as gestantes refaçam o ultrassom no 7º mês de gravidez para verificar alterações. Para custear os exames pelo SUS, o governo federal vai destinar R$ 52,6 milhões.