A ética profissional está inserida na saúde brasileira de diferentes maneiras; respeitar os princípios éticos, tanto nas rotinas como nas relações profissionais, deve ser a base essencial desta prática. Já quando focamos na estratégia, a ética deve permear a promoção, a prevenção da saúde dos indivíduos e da coletividade.
No contexto dos serviços de saúde, este conceito garante os direitos dos usuários, sua segurança e sua autonomia e também norteia a atuação de todos os profissionais. O conhecimento dos mecanismos e processos possibilita rastrear e determinar os riscos, benefícios e efeitos de procedimentos e intervenções.
O cenário atual do país, que ainda está em crise, trouxe um novo contexto para o setor, com impactos significativos não só para o mercado de medicina diagnóstica, mas também para hospitais, operadoras, médicos e demais serviços de saúde.
Tal situação levou a um momento em que a busca por relações mais éticas e efetivas em todas as instâncias tem se destacado e a atuação das empresas de forma multidisciplinar é necessária, com gestão racional e ética dos recursos.
Por isso, é fundamental que as entidades, associações e organizações privadas e públicas criem, inicialmente, modelos de governança, códigos de ética e de conduta que foquem nas boas práticas e nas necessidades do paciente.
A atuação colaborativa de vários profissionais em prol da recuperação de um paciente torna necessário o estabelecimento de políticas éticas para o relacionamento entre estes profissionais, diminuindo eventuais atritos e trazendo o equilíbrio vital para a saúde e para a qualidade de vida dos pacientes.
O aumento do conhecimento e a criação de novas tecnologias auxiliam no aumento da expectativa de vida. É essencial que os profissionais continuem a se desenvolver cientificamente e que toda capacidade voltada à aplicabilidade em grandes populações seja baseada em políticas de saúde éticas e também pautadas na efetividade em sistemas de saúde como o nosso.
Ao definir princípios padronizados, éticos e morais, é possível conquistar tranquilidade, facilidade, transparência, e, principalmente, mais credibilidade entre todas as partes.
Através de atitude é fundamental tomar iniciativas que tragam de volta relações de confiança entre os players e todos os atores da saúde. E é possível retomá-la a partir do momento em que todos caminhem por uma estrada de princípios adequados e transparentes em ambas a vias.
Logo, parte-se do princípio de que a gestão da saúde da população, do beneficiário deve, antes de tudo promover a proteção do paciente, acompanhando as normas regulatórias, as políticas públicas e gestão de carteiras privadas, e permeando toda e qualquer prestação de serviço.
Por fim, não existe uma receita de bolo, mas com a atitude de todos, é possível criar mais sustentabilidade para a saúde caminhando para uma medicina mais racional no uso de recursos, sem perder a qualidade e a credibilidade. É preciso atitude, ação e responsabilidade de todos.
*Cláudia Cohn é presidente da ABRAMED – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica
*Este artigo foi publicado na 51ª edição da revista Healthcare Management.