Uma das funções na radioterapia é combater o tumor protegendo cada vez mais os órgãos sadios. O Hospital Sírio-Libanês dá mais um passo neste caminho e se torna pioneiro ao adquirir um novo equipamento – o TrueBeam com Edge -, o primeiro na América Latina, que amplia o nível de precisão das sessões de radioterapia, particularmente em tumores pequenos ou em localizações especiais.
Nos serviços de radioterapia mais atualizados, o tratamento é planejado através da reconstrução das imagens de localização do tumor, considerando o movimento que ocorre por conta da respiração. Antes de cada fração é feita uma superposição das imagens planejadas com aquelas obtidas imediatamente antes do tratamento. É utilizada a tecnologia de radioterapia guiada por imagem (IGRT) com o auxílio de uma mesa robótica, que se move de acordo com a necessidade, durante a aplicação. Esta manobra é repetida todos os dias, devido às mudanças de posição do tumor entre uma fração e outra (inter-fração).
O novo equipamento TrueBeam com Edge apresenta avanços em relação à tecnologia já existente, garantindo ainda maior precisão ao tratamento.
Uma das inovações é o Sistema Calypso, que funciona com um Transponder (acessório que recebe e emite sinais de identificação da posição) inserido no tumor e que atua como um GPS. A interação com a máquina informa a posição do tumor em tempo real, no momento da fração (intra-fração).
Outro sistema é o chamado Auto Beam Hold, que desliga automaticamente o feixe de radiação quando as imagens mostram o tumor fora da área inicialmente planejada. “No momento em que o paciente está se submetendo à radioterapia, a respiração é um fator determinante no movimento da lesão e deve estar sincronizada com o disparo da radiação. Essas inovações caminham no sentido de proporcionar ainda mais precisão e segurança aos tratamentos”, detalha Cecília Kalil Haddad, coordenadora da área de Física Médica do Hospital Sírio-Libanês.
“O uso das ferramentas desse equipamento tem se intensificado particularmente nos tumores de próstata, pulmão, coluna e medula espinhal, fígado, pâncreas e para proteção do coração, quando se irradia tumores da mama esquerda. Com um rigor submilimétrico, é possível tratar alguns tumores com um número muito menor de sessões”, explica João Luis Fernandes da Silva, Diretor do Serviço de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês.
Um avanço que o equipamento proporciona é, por exemplo, no tratamento do tumor de próstata que normalmente é realizado com 35 a 40 aplicações e que podem ser reduzidas para 20 ou até mesmo 5. “Tratar um tumor pequeno de pulmão com 1 ou 5 frações é realidade. Estamos caracterizando um novo paradigma da radioterapia, o hipofracionamento. Menos tempo de tratamento, mais conveniência e segurança para o paciente”, finaliza o João Luis.
O investimento total feito pelo Hospital Sírio-Libanês, para a incorporação dessa tecnologia, foi de R$ 9.384.533,01, incluindo as obras para sua instalação, na unidade da Bela Vista, em São Paulo.