O Ministério da Saúde antecipou umas das suas forças-tarefas para manter a casa em ordem durante os Jogos. É o aplicativo Guardiões da Saúde, desenvolvido em parceria com o Skoll Global Threats Fund, com a proposta de monitorar e prevenir surtos de doenças, a partir dos sintomas relatados pelos usuários. E estes incluem não apenas brasileiros, umas vez que o software estará disponível em sete idiomas. Em troca da notificação, eles receberão serviços como endereços de UPAs e farmácias.
“É uma via de mão dupla. A pessoa colabora reportando os sintomas e em troca recebe uma série de dicas”, explicou o médico Marlo Libel, consultor da Skoll, adiantando que o aplicativo não funciona como uma consulta médica. “O objetivo da vigilância participativa é identificar o mais rápido possível a emergência de surtos ou conglomerados de pessoas apresentando sintomas similares.”
Com base nesses relatos, a equipe analisa os dados e desenha um mapa de hipóteses. Se for necessário, será aberta uma investigação de campo, com visita ao local para atestar a ocorrência da doença. Caso seja ratificada algum surto epidemiológico, entra em ação o trabalho do pessoal da saúde pública.
Um genérico do Guardião da Saúde já havia sido testado durante a Copa do Mundo no Brasil. Na ocasião, foram registrados dez mil downloads. Cinco mil pessoas informaram sobre seu estado de saúde naquele período. Os números foram considerados positivos pelo fundo americano, mas a expectativa para a Olimpíada é chegar a 100 mil usuários:
“O evento (a Olimpíada) é grande, é concentrado, e o número de países envolvidos é muito maior. Nosso foco principal é a população brasileira, porque é o público majoritário, mas queremos tornar esse aplicativo útil para todos as nações que sejam sedes de eventos de massa”, adiantou Libel.
A ideia de uma vigilância participativa como esta, que abarca o levantamento de hipóteses de todo tipo de doença, é pioneira no mundo. Segundo Libel, o que existe em outros países são aplicativos para relatar sintomas de um achaque específico.
A versão olímpica e brasileira do programa está disponível para download desde terça-feira (12), em sete idiomas: português, espanhol, inglês francês, chinês, russo e árabe. Mesmo após o fim dos Jogos, o aplicativo continuará disponível aos usuários e passará a fazer parte da rotina dos vigilantes.