O Ministério da Saúde atualizou, nesta terça-feira (14), as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até o dia 14 de agosto, foram confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas, 5.630 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 296 casos da doença e 101 continuam em investigação. Entre os confirmados, 17 casos foram atendidos no Brasil e recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.
Os surtos estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará (2). O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário aos Estados. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.
Até o momento, no Brasil, foram confirmados 6 óbitos por sarampo, sendo 4 óbitos no estado de Roraima (3 em estrangeiros e 1 em brasileiro) e 2 óbitos no estado do Amazonas (brasileiros).
Eliminação do Sarampo
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e atualmente empreende esforços para manter o certificado, interromper a transmissão dos surtos e impedir que se estabeleça a transmissão sustentada. Para ser considerada transmissão sustentada, seria preciso a ocorrência do mesmo surto por mais de 12 meses.
Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos decorrentes de pacientes vindos de outros países, sendo registrados neste período 1.310 casos da doença. O maior número de casos foi registrado nos estados de Pernambuco e Ceará.
Nos surtos de sarampo ocorridos no Ceará e em Pernambuco entre 2013 e 2015, as ações de bloqueio e campanha de vacinação foram realizadas pelo Ministério da Saúde – em conjunto com os estados e municípios – foram eficientes e resultaram na interrupção da transmissão da doença. Em 2017, casos de sarampo em venezuelanos que adentraram no estado de Roraima foram confirmados, ocasionando um surto da doença no estado, com ampliação de casos da doença para Manaus em 2018. O Ministério da Saúde permanece monitorando a situação do sarampo em todo o país, especialmente em Roraima e no Amazonas, e as medidas de controle e prevenção já estão sendo realizadas.
Ações de enfrentamento
Desde fevereiro, o Ministério Saúde tem mantido equipes técnicas nos estados do Amazonas e Roraima para apoiar, acompanhar as ações e prestar orientação no enfrentamento da situação. A pasta tem qualificado profissionais de saúde com o objetivo de possibilitar a identificação de sinais e sintomas que definem um caso suspeito de sarampo, além da adoção de outras ações de vigilância epidemiológica de forma oportuna.
Além disso, o Ministério da Saúde apoiou os gestores locais dos dois estados na revisão de prontuários e fichas de atendimento, com o intuito de encontrar casos de sarampo que não tenham sido identificados oportunamente e descartar casos suspeitos que não se encaixem na definição de caso. Também foi realizada intensificação vacinal nos estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal, em Roraima.
Foi elaborado, ainda, um plano de fortalecimento da vigilância epidemiológica do sarampo no estado do Amazonas, considerando eixos prioritários de atuação: municípios com mais de 75 mil habitantes, Região Metropolitana de Manaus, Municípios Sede de DSEI, Municípios de fronteira com outros países, Municípios Polo e Comunicação. Para o enfrentamento da situação do sarampo no estado do Amazonas, estão em andamento o bloqueio vacinal, a intensificação vacinal, a varredura (vacinação casa a casa), assim como estratégias de isolamento de casos suspeitos/confirmados durante o período de transmissibilidade.
Coberturas vacinais
A meta de vacinação contra o sarampo é de 95%. Em 2017, dados preliminares apontam que a cobertura no Brasil foi de 85,2% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,9% na segunda dose (tetra viral)