O mercado de equipamentos e produtos médico-hospitalares, que movimentou cerca de US$ 11 bilhões em 2014, encolheu no primeiro semestre deste ano, apesar do aumento na produção do setor, segundo a ABIMED-Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.
O consumo aparente – indicador que mede a produção interna mais importações e exclui exportações – recuou 1,6% de janeiro a junho em relação ao mesmo período de 2014.
O resultado contrasta com um crescimento de 11,3% na produção industrial de janeiro a junho e foi causado principalmente pela queda nas importações, que recuaram 7,54% em relação ao primeiro semestre do ano passado, totalizando US$ 2,7 bilhões.
“O setor é muito dependente de importações e sofreu forte influência da alta do dólar.
A crise econômica também contribuiu para um desempenho pior, uma vez que a capacidade de investimento do setor público diminuiu em decorrência da queda na arrecadação, enquanto o setor privado tem agido com mais cautela”, analisa Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED.
O mercado de produtos para saúde, que nos últimos anos vinha crescendo ao redor de dois dígitos, se beneficiou no passado das políticas sociais e econômicas que geraram crescimento de renda, aumento do número de empregos e desenvolvimento dos municípios do interior.
“Agora entramos em uma fase de queda do emprego e perda de planos de saúde, diminuição da arrecadação e contenção de gastos. Isso se reflete em todos os segmentos da economia e também na saúde”, explica Goulart.
Apesar da retração do consumo aparente, o número de empregos se manteve estável no setor, apresentando crescimento de 1,54% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Já as exportações alcançaram US$ 460 milhões no período, um aumento de 13,52% em relação a igual período do ano passado.