Segundo 33% dos gestores de promoção e atenção à saúde no Brasil, a ampliação dos programas de Parceria Público Privada (PPP) é a ação que o Governo poderia tomar e que traria mais benefícios para o setor. Redução de impostos (21%) e aumento do percentual do PIB destinado à saúde (21%) também são fatores que, segundo os entrevistados, podem alavancar o segmento no Brasil. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pela KPMG em evento que reuniu 200 profissionais de saúde no Brasil.
“A utilização de PPPs é uma tendência mundial nos mais variados setores e com bons resultados. Na saúde, o Brasil ainda está começando e utilizar esse tipo de operação pode proporcionar melhorias em um prazo mais curto, atendendo às necessidades latentes da população”, analisa o sócio da KPMG líder para o setor de saúde, Marcos Boscolo.
De acordo com os entrevistados, ações como essas vão ajudar os hospitais, já que 48% acreditam que não estão preparados para um novo cenário em que a expectativa de vida no país aumente e, consequentemente, as pessoas poderão ser acometidas por males como obesidade, sedentarismo, tabagismo e câncer.
Lei 13.097/15
A lei que permitiu a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde no Brasil foi considerada necessária por 54% dos participantes da pesquisa, enquanto 38% a classificaram como fundamental. “São diversos motivos que fazem com que os empresários do setor considerem a lei tão importante. Os principais, segundo eles, são a ajuda no crescimento do setor (50%) e a possibilidade de trazer novas tecnologias e ampliar o acesso à saúde (39%)”, aponta Boscolo.
Por outro lado, a lei não deve ter resultados perceptíveis para a população em um curto prazo. Isso acontece, pois, para 60% dos entrevistados as entidades de saúde não estão preparadas, no que se refere às questões de gestão de pessoas, governança, informações gerenciais e contábeis, para serem adquiridas e interagirem com os investidores internacionais. Para eles, as maiores barreiras são os desafios tecnológicos (27%), falta de pessoal qualificado e com domínio de outros idiomas para prestar contas e interagir com os investidores (24%) e adaptação às questões culturais (23%).
Outras constatações da pesquisa:
51% dos gestores de promoção e atenção à saúde no Brasil acreditam que o Programa Mais Médicos foi uma saída válida criada pelo Governo para suprir as necessidades de mão de obra, porém mal planejada e implantada. Outros 38% apontam que não foi uma saída válida e seus resultados não foram satisfatórios;
41% dizem que o principal desafio do setor, em termos de acesso à saúde, é possibilitar atendimento de qualidade à população em regiões mais distantes dos grandes centros;
64% consideram a formação médica inadequada em termos de qualidade do ensino e quantidade de profissionais;
65% apontam o nível das universidades que formam os profissionais de saúde como o principal desafio do setor de saúde em termos de mão de obra.