Acabar com o famigerado medo de injeção e, de quebra, aumentar a eficiência na aplicação das vacinas através de um sistema adesivo no qual o próprio paciente pode administrar os remédios. O cenário, inimaginável há alguns anos, pode se tornar realidade até 2017 graças a um estudo desenvolvido por pesquisadores dos Estados Unidos.
O trabalho foi desenvolvido no Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta, nos Estados Unidos, e consiste em um adesivo capaz de abrigar 100 microagulhas que podem ser aplicadas nos pacientes de forma praticamente indolor. A técnica também zera os riscos de transmissão de doenças através de agulhas contaminadas.
Segundo o pesquisador norte-americano Mark Prausnitz, que coordenou os trabalhos, o sistema é tão simples que permite que os próprios pacientes façam a aplicação em suas casas, sem ajuda de médicos. “Com isso, os centros de saúde podem cortar despesas em equipamentos de armazenamento dos medicamentos. O paciente, por sua vez, ganha tempo e não precisa sair de casa para tomar as vacinas”, informou.
Segundo os pesquisadores, o custo para a produção dos adesivos não é maior que o custo atual para a produção da vacina convencional. “Para rubéola, por exemplo, cada adesivo custa perto de US$ 1,30 (cerca de R$ 3,90)”, ressalta o pesquisador. O estudo pesquisou ainda a criação de vacinas contra sarampo, gripe, tuberculose e outras moléstias cujas vacinas são administradas, hoje, através de injeções.
Ele ressaltou, ainda, que a eficácia do método é no mínimo igual à observada com as agulhas tradicionais. “Mostramos que o emplastro com agulhas microscópicas pode vacinar no mínimo com a mesma eficiência e provavelmente melhor do que a tradicional agulha”, disse.
Como funciona
O adesivo é composto por agulhas microscópicas feitas de plástico biodegradável. Depois de ser utilizado, não deixa marcas na pele. Dentro dessas agulhas, que funcionam como uma espécie de cápsula, ficam microdoses da vacina.
Depois da aplicação, essas agulhas penetram na pele e começam a se dissolver, liberando a vacina para o paciente. Em 20 minutos, a vacina já está toda no organismo e o adesivo pode ser retirado e jogado fora.