Você já parou para pensar em como um hospital informatizado pode tornar o atendimento mais seguro para o paciente? Alertas médicos para administração de medicamentos em alérgicos, avisos para a dose correta, etiquetagem com códigos de barras para exames e pulseira de identificação, entre outras facilidades que para o paciente parecem detalhes, são para instituições sinônimos de agilidade, certeza de um bom trabalho, economia de recursos e aumento de qualidade, fatores reconhecidos por instituições de acreditação.
Não é por menos que hospitais totalmente digitais estão no estágio mais alto do EMRAM (Electronic Medical Record Adoption Model), o que significa que os registros clínicos completos de um paciente estão 100% informatizados e espelham a qualidade da instituição. Hospitais modelos dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra focam seus desenvolvimento em acordo com o EMRAM. O índice foi implementado no Brasil há dois anos, criando mais tração na necessidade de investir em inovação e tecnologia.
O que naturalmente acaba por acontecer é que, com investimentos em softwares de gestão, refletido em um estágio mais elevado do EMRAM, as instituições otimizam todos os seus índices, inclusive a diminuição da taxa de mortalidade dos pacientes. Além disso, dados do HIMSS Analytics mostram que os riscos de infecção por assepsia diminuem de 15% para 11% nas instituições que possuem maior informatização de processos, ataques cardíacos caem de 16% para 10%, e ainda, com leitura de código de barras dos medicamentos, a porcentagem de erros diminui de 11,5% para 6,8% nas instituições analisadas.
Além desses fatores, deve-se pensar também na rapidez de alimentar os sistemas, o que agiliza o atendimento ao paciente, a obtenção mais rápida de estatísticas sobre os processos da instituição e ainda a facilidade de armazenamento de dados e maior controle administrativo das informações.
Mesmo tendo consciência de todos estes indicadores que mostram os benefícios da adoção da tecnologia, o Brasil ainda não possui hospitais totalmente digitais em estágio máximo (7) do EMRAM. Na última avaliação, em 2015. Embora já haja instituições em bons estágios de adoção tecnológica, uma boa parte das instituições ainda não estão tão familiarizadas como uso de sistemas de informação e têm um longo caminho a percorrer. Segundo dados da pesquisa Cetic 2014, 75% do total dos estabelecimentos de saúde ainda não possuem departamento ou área de tecnologia da informação.
Esses dados refletem de forma consistente a necessidade de adoção de tecnologia pelo sistema de saúde brasileiro. Instituições que ainda não adotaram a digitalização de seus processos precisam compreender o benefício de ter HIS, PACS e prontuário eletrônico do paciente (PEP) em pleno uso por todos os setores, integrado com informações de exames laboratoriais, de imagem, fisioterapia, e outras atividades. Esse processo evita que qualquer deslize ou falha resulte em desconforto, erro médico ou até consequências mais graves.
É impossível hoje desassociar aumento de qualidade e diminuição de erros humanos a investimento em tecnologia e softwares de gestão, pois quanto maior controle dos índices dos hospitais, mais os médicos podem se preocupar com o que realmente interessa: atendimento e humanização da saúde. Enquanto isso, cabe às empresas de tecnologia para saúde prover sistemas que somam a essa evolução.