A falta de recursos humanos qualificados vem atrasando o início da produção de medicamentos biológicos no Brasil. As dificuldades que envolvem esse processo serão tema de debate no 8º Encontro Nacional de Fármacos e Medicamentos (ENIFarMed), nesta terça-feira (09/09), em São Paulo. O debate contará com a presença de Priscila Scheinberg, gerente de assuntos regulatórios da Orygen, Thiago Mares Guia, gerente médico e científico da Bionovis, Márcia Martini Bueno, diretora de relações institucionais da Libbs e David Zylbergeld Neto, presidente da Biocad Brazil.
Eles irão levantar temas como os perfis de recursos humanos procurados pelas empresas e o treinamento que será dado a eles, assim como os investimentos que precisam ser feitos em formação e as parcerias que devem ser firmadas com a academia para capacitar as equipes de P&D.
Thiago Mares Guia diz que o perfil procurado é o de profissionais que tenham experiência prática nos processos empregados em biotecnologia farmacêutica, “e que dominem as diferentes áreas do conhecimento a serem utilizadas nas atividades de P&D”, afirma.
A diretora de relações institucionais da Libbs acredita que é possível transpor as dificuldades da cadeia de P&D para o desenvolvimento de biológicos com a cooperação entre a indústria brasileira e as universidades, “visando uma cooperação recíproca para formação de profissionais em alinhamento com as necessidades da indústria”, aponta Márcia.
Pensando nisso, algumas empresas já vêm apostando na procura de profissionais no Brasil, como é o caso da Orygen. Andrew Simpson, presidente da farmacêutica, acredita que o País possui bons profissionais que podem ser aproveitados, mesmo que de outras áreas. “Existem brasileiros no exterior com bastante experiência e também temos jovens talentosos aqui, inclusive em outros setores industriais bem parecidos que podemos aproveitar”, destaca.