De tantas incoerências existentes em relação ao nosso sistema regulatório, também posso destacar que, ao se trabalhar diretamente com ele, é possível encontrar pensamentos que muitas vezes podem colocá-lo em risco. O mais comum desses pensamentos é o de imaginar que não adianta ter um sistema regulatório eficiente, pois sempre poderá haver uma intervenção humana que pode provocar uma fragilidade ao produto fabricado.
Dado o descabimento de tal raciocínio, a resposta é a constante busca das empresas em incrementar técnica e tecnologia em suas linhas de produção para garantir que o produto final tenha excelência de qualidade, segurança e eficácia, mantendo assim a eficiência do sistema regulatório.
É perceptível no sistema regulatório um progresso cada vez mais constante, eficiente e cada vez mais veloz, para que se possa ter uma série de regras, determinações e testes que possam dar todo esse conforto necessário, não só ao usuário ou ao paciente.
Essa complexidade de demandas faz com que, em um primeiro momento, as empresas passem por um período de adaptação e que, muitas vezes, acarretam em custos que deverão ser amortizados durante a vida útil do produto. No entanto, esses custos não podem ser uma barreira para que decisões tomadas diminuam a segurança do produto.
Embora haja o esforço hercúleo das empresas de se adequarem com o máximo de celeridade que lhes é possível, por diversas vezes o governo, ao implantar uma nova legislação, uma nova regulamentação, esquece que não só a empresa precisa desse tempo.
O órgão regulador frequentemente desconsidera que o próprio sistema regulatório, não só o federal, mas também o estadual e municipal, não tem esse preparo e essa quantidade de pessoas necessárias, bem como o conhecimento necessário para absorver a nova demanda e essa deficiência do sistema regulatório acaba prejudicando em especial as empresas.
* artigo escrito por Franco Pallamolla, Presidente da ABIMO, publicado na 32ª edição da revista Healthcare Management.