Quando pensamos em um campeonato mundial de Fórmula 1, as primeiras imagens que vem à cabeça são os carros de corrida, os mecânicos e suas equipes. Porém, há uma questão muito importante e muitas vezes não associada: a segurança dos pilotos.
Com o passar dos anos, a segurança dos pilotos sempre compõe a agenda da FIA. Cuidados como capacetes mais seguros, maior entendimento das forças e movimentos envolvidos com o corpo do piloto em caso de acidentes, obtenção de dados através de acelerômetros no ouvido, câmaras de alta resolução com captação de inúmeras imagens em milissegundos conectadas com a telemetria dos carros, são exemplos.
Para este ano, a equipe médica da Rede D’Or São Luiz, conhecida pela sua qualidade e eficiência, traz para o GP Brasil de F1 2016 um novo plano de atendimento médico aos pilotos, que há alguns anos tem sido idealizado pela equipe brasileira, e foi aprovado por unanimidade pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
O atendimento médico será linear e integrado, preconizando uma maior organização, segurança do piloto e da equipe médica, além da agilidade em pista. Sua principal mudança é a diminuição de quatro para três etapas, com a integração das equipes de intervenção rápida e extração (esta responsável pela imobilização da coluna quando o piloto não tem condições de sair do carro sozinho).
Até 2015, de acordo com o Protocolo da FIA, após a liberação do Medical Car, entrava em pista o carro de intervenção rápida, responsável em prestar o primeiro atendimento médico; somente após a liberação deste, o carro de extração entrava em pista para imobilizar e retirar o piloto do cockpit e, em seguida, era acionada a ambulância, para transporte do acidentado ao centro médico. “A equipe será menor comparada aos anos anteriores, mas certamente muito mais eficiente e integrada. Um grupo mais conciso facilita o treinamento, trazendo mais agilidade e qualidade ao procedimento. Além disso, um ponto muito importante, é que com menos pessoas no local do acidente, ganhamos em segurança da equipe e dos demais competidores” explica Dino Altmann, diretor médico do GP Brasil de F1.
Para Dino Altmann, o GP Brasil será palco de um grande passo a caminho de mais inovação no campo da medicina esportiva. “Nosso plano de atendimento é bastante arrojado, apresenta pioneirismo e poderá servir como modelo para outras equipes médicas envolvidas no campeonato da F1 e outras categorias do automobilismo mundial”, destaca.
É importante ressaltar que a novidade está alinhada com o protocolo de atendimento médico definido pela FIA, que é adotado em todo o mundo.
Alguns pontos do protocolo permanecem inalterados, como a frota, que fica de prontidão durante a corrida. Em caso de acidente, o acesso da equipe médica ao local é liberado apenas com a autorização da torre de comando, coordenada pelo Dino Altmann, que toma as decisões em conjunto com o Jean-Charles Piette, Delegado Médico da FIA e Charlie Waiting, Diretor de Prova.