O Centro de Transplantes de Medula Óssea da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo acaba de realizar o transplante de número 400. De acordo com Aline Miranda de Souza, hematologista e médica coordenadora do Centro de Transplante de Medula Óssea, esse número significa que as indicações de transplante vêm crescendo a cada ano, assim como as técnicas disponíveis para a realização do procedimento, tornando o Hospital São Camilo uma das principais instituições que realizam esse tipo de tratamento no Brasil.
“Essa experiência, aliada aos investimentos do Hospital em novas estruturas e equipamentos de alta tecnologia, faz com que a proporção de novos transplantes aumente. Além disso, o transplante número 400 é um feito importante e muito gratificante para toda a equipe. Esse é um procedimento de alta complexidade, realizado em poucos hospitais no Brasil, e nós nos orgulhamos de possuir a estrutura e a competência técnica necessária para oferecer esse tipo de tratamento aos nossos pacientes”.
Aline se refere à ampliação da capacidade do Centro em 120%, finalizada no início de 2014, e que foi planejada visando maior conforto aos pacientes. São 20 leitos reversíveis para UTI e mais um exclusivo para atendimento pediátrico. As acomodações ainda contam com uma infraestrutura especial, com sistema de filtragem de ar e pressão positiva, criando um ambiente protetor contra infecções.
Desde 1998, o Hospital São Camilo Pompeia vem realizando transplantes de medula óssea e ajudando a aumentar as chances do paciente encontrar um doador. Nos últimos cinco anos, o número médio de transplantes ficou entre 40 e 50 por ano. Mas, em 2015, só no primeiro semestre, foram realizados 50 transplantes, o que fez com que o Hospital se tornasse conhecido como um dos Centros de maior relevância do país.
Como ser um doador?
Atualmente, estão cadastrados mais de 24 milhões de doadores em 58 países ao redor do mundo. O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) é responsável pela busca de doadores compatíveis no Brasil e está interligado à rede mundial de registros, com cerca de 3,5 milhões de doadores inscritos. Esse número faz com que o Brasil seja o terceiro maior banco no mundo.
O registro reúne apenas as informações básicas de identificação, como nome, endereço, dados de contato e o resultado do exame de compatibilidade das pessoas que se dispõem a serem doadoras.
Para se cadastrar, é preciso ter entre 18 e 55 anos, ter boa saúde, não ter tido câncer, nem apresentar nenhuma doença grave ou que possa ser transmitida pelo sangue, além de apresentar documento de identidade e comprovante de endereço.
O cadastro é realizado em hemocentros espalhados por todo o Brasil, definidos pelo Ministério da Saúde. Nesse primeiro momento, acontece apenas a coleta de uma amostra de cerca de 10 ml de sangue e a assinatura de um termo de consentimento sobre o processo de doação.
A doação da medula somente acontece quando um paciente compatível é identificado. Neste momento, o doador é convocado e o procedimento só é realizado se a pessoa ainda tiver interesse em doar. O tempo entre o cadastro e a doação pode levar meses e até anos, pois depende de um paciente compatível e que necessite do transplante. Por isso, é importante que os doadores cadastrados mantenham seus contatos atualizados.
Para acessar a lista completa dos hemocentros que realizam esses cadastros é só acessar: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=2639