Diagnóstico precoce e programas especializados garantem melhores resultados a pacientes do SUS
A fissura lábio palatina, o pé torto congênito e a displasia coxofemoral estão entre as malformações congênitas mais frequentes na infância. Estudos nacionais e internacionais apontam para a ocorrência de 1 caso de cada uma delas para 1000 nascidos vivos. O Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), único hospital pediátrico da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo e integrado à rede do Sistema Único de Saúde (SUS), incorporou tecnologias e tornou-se altamente especializado em malformações congênitas, atendendo praticamente todas as crianças nascidas com essas três deformidades nas maternidades públicas da cidade de São Paulo.
Com a integração entre as maternidades e o Hospital Menino Jesus e a criação de modelos baseados em linhas de cuidado, os recém-nascidos e as crianças atendidas pelo SUS têm acesso garantido a um tratamento precoce, integral e de qualidade.
“Antes da implantação dos protocolos de atendimento, os resultados ficavam muito abaixo do padrão possível, com grande número de sequelas, custo mais alto e maior sofrimento físico e psicológico para as crianças”, explica o Dr. Antonio Carlos Madeira, diretor do hospital, que desde 2008 é gerido pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês. “A efetivação de uma rede integrada, que permite que as crianças cheguem ao hospital até o 10° dia de vida, garante melhores resultados e pode evitar ou reduzir o número de cirurgias.”
Apesar de ser referência para o município no atendimento de pacientes com fissura labiopalatina, de pé torto congênito e de displasia coxofemoral, o Hospital Menino Jesus atendia a um número inferior à demanda requerida pela população pediátrica da cidade. “Recebíamos cerca de 50 pacientes novos por ano com fissura labiopalatina, com idade média de 19 meses, e 36 pacientes novos anualmente com pé torto congênito, com idade média de 56 meses, antes de implantarmos as linhas de cuidado”, acrescenta a Dra. Pubenza Lopes, diretora adjunta do hospital. “Atualmente, recebemos, respectivamente, 116 e 154 pacientes novos com idade média abaixo de 30 dias. O programa de displasia coxofemoral atendeu, em 2015, 189 novos pacientes”.
Fluxo de atendimento garante tratamento precoce
No diagnóstico de qualquer uma das anomalias, as maternidades, antes da alta, já agendam o paciente para consulta no hospital, que realiza uma avaliação completa do recém-nascido. O tratamento é planejado e desenvolvido de maneira personalizada por uma equipe multidisciplinar, que inclui pediatras, psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais, entre outros.
O Hospital Menino Jesus foi o primeiro hospital da Prefeitura Municipal de São Paulo a implantar a modalidade de parceria entre o setor público e privado, em 2008, mantendo os antigos funcionários públicos sob a gestão, de uma Organização Social de Saúde, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês. O corpo clínico atende mais de 20 especialidades pediátricas, através de diversos programas, como: diabetes, anemia falciforme, alergia ao leite de vaca, epilepsia de difícil controle e respirador bucal. Em setembro deste ano, o hospital inaugurou uma Clínica de Urologia, com o objetivo de iniciar um programa específico para tratamento de hipospádia em meninos.