Na primeira etapa, instituição conseguiu aumentar de 15% para 20% a taxa de partos normais em primíparas
Desde julho de 2014, o Moinhos de Vento integra o grupo piloto com 26 hospitais do Projeto Parto Adequado, desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement. A partir das estratégias adotadas nesse período, a instituição conseguiu aumentar de 15% para 20% a taxa de partos normais em primíparas (mães que estão dando à luz pela primeira vez).
A Fase 2 do projeto iniciará segunda-feira (6), com a definição de novas diretrizes. O número de participantes é mais de quatro vezes maior. São 150 inscritos. Em parceria com os realizadores, essas instituições de saúde atuarão para identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento. O objetivo geral é reduzir o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.
O chefe do Serviço Médico de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, Marcos Wengrover Rosa, comenta que a meta para os próximos dois anos — tempo de duração da nova fase — é chegar ao índice de 40% de partos normais na instituição. Segundo ele, algumas das ações da primeira etapa ainda estão em execução. Como exemplo, cita a contratação de médicos anestesistas e a implementação de um programa de controle do agendamento de cesarianas eletivas.
Wengrover acredita que os resultados da Fase 2 do Parto Adequado serão ainda mais positivos em razão da maior aproximação com as operadoras e da participação do hospital no Programa Nascer Saudável, patrocinado pela Fundação Gates e executado no Brasil pela Fiocruz. “Serão entrevistadas 400 gestantes, sobre os motivos que as levam a optar pela cesariana e outras questões relativas à experiência do nascimento. Esse enorme banco de dados auxiliará no desenvolvimento de novas ações de promoção ao parto normal e também na correção de procedimentos clínicos”, explica.
Partos normais cresceram em média 76% nos hospitais do grupo piloto
De acordo com levantamento da ANS, a taxa de partos normais nos 26 hospitais que fizeram parte do grupo piloto cresceu em média 76% nos 18 meses de duração da Fase 1. São 16 pontos percentuais, saindo de 21% em 2014 para 37% em dezembro de 2016.
Ao considerar os 35 hospitais que participaram da iniciativa (incluindo hospitais seguidores e colaboradores), o crescimento médio da taxa de partos normais foi de 43%. São dez pontos percentuais; de 23,8% para 34%. Nove hospitais conseguiram atingir ou superar individualmente a meta de 40% de partos normais. Em 18 meses, mais de dez mil cesáreas sem indicação clínica foram evitadas.