Avaliar a efetividade de tratamentos avançados para doenças cardíacas e a viabilidade econômica dessa estratégia no Sistema Único de Saúde (SUS) serão possíveis com a implementação do Projeto DACs (sigla para Dispositivos de Assistência Circulatória). A iniciativa foi lançada na manhã desta quinta-feira (23) no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A instituição coordenará os estudos do uso dos equipamentos em quatro hospitais públicos da Região Sul.
O diferencial do sistema é que pacientes com insuficiência cardíaca avançada e com o coração em comprometimento agudo poderão receber um novo método de assistência mecânica circulatória. O uso dos DACs já é consolidado em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, e vem crescendo na América Latina.
“O projeto é uma grande oportunidade para o Hospital Moinhos de Vento e para todos os hospitais envolvidos. Teremos chance de começar o uso desses dispositivos e de reavaliar a efetividade no cenário brasileiro. Vamos trabalhar com muita seriedade, ética e transparência”, ressalta Luis Rohde, coordenador do projeto e médico do Serviço de Cardiologia.
Rosana Reis Nothem, da coordenação geral do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, ressalta que a diferença está no engajamento das pessoas. “Todos que trabalham são líderes dentro das instituições e são decisivos na tomada de decisões sobre os investimentos. A aquisição desses dispositivos era um sonho há mais de uma década. Agora, temos a oportunidade de executar um trabalho que tem tudo para ser exitoso”, destacou a representante do ministério, parceiro na iniciativa.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, Hospital Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba receberão o console, que é a estação de trabalho para uso dos dispositivos, bem como os dispositivos para implante nos pacientes do SUS. Entre os dias 20 e 23 de fevereiro, profissionais dessas instituições foram treinados no Hospital Moinhos de Vento para o manuseio e uso correto dos equipamentos, além do o manejo com os pacientes. A análise de custo-efetividade desses dispositivos, além do apoio à implantação do Programa de Assistência Mecânica Circulatória em hospitais do SUS, será realizada até o final do ano de 2017.