Parceiro do Estado de longa data nos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, o Hospital Márcio Cunha (HMC) – administrado pela Fundação São Francisco Xavier, em Ipatinga – está atento ao crescimento do número de casos em regiões endêmicas próximas do Vale do Aço. Para isso, traçou fluxos e protocolos específicos para esses atendimentos, com equipes preparadas tanto para a forma branda da doença quanto para a forma mais grave.
Uma das principais ações de destaque já implantadas é a criação de uma nova estrutura de terapia intensiva, a UTI Adulto – Unidade Amarela, com 10 leitos exclusivos para o atendimento desses pacientes em estado mais grave. “Como hospital filantrópico, o Márcio Cunha vem dedicando esforços nas últimas semanas para aprimorar o trabalho em conjunto que realiza com a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais ao longo dos anos, com o acolhimento de pacientes transferidos pelo SUS de outros hospitais de Caratinga e região. Nesse sentido, interrompemos nosso planejamento de obras no 7º andar da Unidade I, que seria reformado agora em janeiro, para readequamos uma parte dessa estrutura transformando-a na nova UTI, que já iniciou suas atividades na última terça, dia 10”, explica Luís Márcio Araújo Ramos, diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, braço social da Usiminas que administra o Hospital Márcio Cunha.
A Fundação já a realiza a contratação de novos profissionais, como médicos intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos em enfermagem, que contarão com o apoio das equipes das demais UTIs do hospital e do médico infectologista Aloísio Bemvindo, referência no assunto. O novo setor específico para o tratamento de alta complexidade dos casos graves de Febre Amarela está totalmente equipado, com monitores, equipamentos de ventilação mecânica e de hemodiálise, entre outros, a fim de oferecer o melhor suporte para esses pacientes. A internação desses pacientes no hospital acontece a partir do SUS Fácil, o sistema de regulação assistencial do estado de Minas Gerais. “Os casos suspeitos que aparecerem na região, classificados como graves, e que precisarem de tratamento de terapia intensiva e outros suportes serão regulados via SUS Fácil e serão transferidos para essa unidade”, conta Thatiane Ticom, gerente das Unidades de Cuidados Especiais do HMC.
Balanço das internações
Os primeiros casos de Febre Amarela registrados no Hospital Márcio Cunha foram no dia 06 de janeiro, há uma semana, de pacientes trazidos de áreas rurais das cidades de Caratinga, Inhapim, Imbé de Minas, São Sebastião do Maranhão e Frei Gaspar, ou que visitaram esses locais recentemente. De lá para cá, 16 pacientes já deram entrada. Desses, 10 estão internados, sendo 1 em enfermaria e 9 em terapia intensiva nas UTI Adulto I e na UTI Unidade Amarela. Por lá, atualmente há 7 leitos ocupados, com pacientes internados em estado grave. Desde o início dos atendimentos, dois pacientes faleceram e outros quatro receberam alta das equipes do Hospital Márcio Cunha, incluindo duas crianças, que foram para casa hoje (13/01).
“O paciente pode chegar ao hospital de duas formas. A fase inicial, até o terceiro dia da Febre Amarela, é classificada como a forma mais branda da doença e pode até ser confundida com outras doenças, por conta dos sintomas parecidos, que são febre, dores musculares, vômito, diarreia. Depois ela pode entrar na fase de remissão, com até a cura, ou desenvolve a forma mais grave, classificada como toxemia, quando aparecem manifestações hemorrágicas em diversos órgãos. Nós estamos concentrando esses pacientes mais graves na nova UTI – Unidade Amarela para que o tratamento de suporte desses casos de alta complexidade seja mais específico e ainda melhor”, completa Thatiane Ticom.