A arritmia cardíaca é o descompasso lento ou acelerado dos batimentos do coração. Os distúrbios e sintomas podem ser variáveis. E um dos sinais mais comuns é a palpitação. A aposentada Maria Janeide de Brito Nascimento, 59 anos, caminhava com dificuldade devido ao acelerado batimento cardíaco e ao cansaço. Foram as fortes dores no peito que fizeram com que Maria procurasse ajuda médica. No Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da rede pública do Governo do Estado, a aposentada descobriu que sofria de uma arritmia cardíaca grave e que, se não fosse o rápido diagnóstico e o tratamento especializado, poderia ter sido vítima de morte súbita. “Tive muita sorte. Agradeço a Deus e aos médicos e a toda a equipe que cuidaram de mim”, comenta.
O mapeamento eletroanatômico tridimensional é um exemplo de sistema sofisticado, seguro e eficaz no tratamento de arritmias cardíacas. São equipamentos mais avançados, menos invasivos, específicos para essa função. No Hospital de Messejana (HM), a população tem acesso ao exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2010. Ou seja, sem nenhum custo para os pacientes. Até este mês de outubro, 150 procedimentos de mapeamento eletroanatômico foram realizados pelo serviço de arritmia cardíaca do hospital.
O mapeamento eletroanatômico tridimensional é utilizado para o tratamento de arritmias complexas, como a fibrilação atrial e a taquicardia ventricular que, em muitos casos, o paciente pode apresentar alto risco de morte súbita. “Essa tecnologia nos permite realizar uma reconstrução geométrica tridimensional do coração, facilitando a realização de mapeamento de circuito arritmogênico em arritmias complexas, o que traz mais benefícios aos pacientes com uma maior taxa de sucesso da ablação, a diminuição do tempo do procedimento e, consequentemente, da incidência de complicações; além de colocar o paciente em menor exposição aos raios X”, afirma o chefe do serviço de arritmia cardíaca do HM, o médico cardiologista Evilásio Leobino.
O procedimento permite a geração de mapas coloridos e tridimensionais da propagação do impulso nas câmaras cardíacas. É minimamente invasivo e realizado através de uma ablação (uma eliminação na parte anormal) por cateter, no qual o médico passa um fino tubo flexível através dos vasos sanguíneos até o local do coração que possui a anormalidade, para eliminar rotas elétricas (sinais) anormais no tecido cardíaco.
A tecnologia é capaz de gerar diferentes tipos de mapas para facilitar o entendimento tridimensional da ativação elétrica para identificação precisa e rápida de arritmias. “O Hospital de Messejana está oferecendo o que se tem de mais moderno em tecnologia no Brasil na área da cardiologia voltada para o tratamento das arritmias, para uma população que às vezes não tem acesso a atendimento primário de saúde em muita das regiões do nosso país”, diz o médico.