Não é hoje que o Hospital Alemão Oswaldo Cruz vem desenvolvendo sua área de inovação digital e telemedicina. A parceria com a alemã Syte Institute vem potencializando esse ramo na instituição, referência em todo o país.
Há cerca de 1 ano, a Styte apresentou ao HAOC o Grupo Coimbra Genomics, empresa portuguesa de medicina personalizada, proprietária da plataforma de software ELSIE®. Começava, então, os primeiros passos de uma promissora parceria.
“Nessa primeira conversa, vimos uma convergência de interesses e estratégias tanto do ponto de vista de prover para médicos e pessoas o acesso a serviços diferenciados, como também nas estratégias em inovação na saúde”, lembra Jefferson Gomes Fernandes, Superintendente de Ensino e Pesquisa do HAOC.
A solução permite que médicos consultem o genoma dos seus pacientes através de “perguntas genômicas” padronizadas, no contexto de consultas médicas normais. O sistema, armazenado na “nuvem”, fornece ao médico relatórios fáceis de ler e interpretar, contendo informação validada, relevante para decisões clínicas precisas e individualizadas sobre prescrição de terapias, diagnóstico e prognóstico. Trata-se da primeira solução simples, altamente escalável e completamente segura para fazer medicina personalizada.
Agora, o HACO juntamente com o Preventicum Institute for Individualized Medicine (Essen, Alemanha), o Rambam Medical Center (Haifa, Israel), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – CHUC (Portugal), a Ruppiner Kliniken (Região Berlim-Brandenburgo, Alemanha) participam de um estudo piloto para os testes finais antes do lançamento comercial da plataforma ELSIE®, previsto para o final deste ano.
“Estamos fazendo uma série de ajustes antes de colocar esta solução no mercado. Esta avaliação está sendo feita no mundo todo para que o projeto seja lançado simultaneamente na Europa e Brasil”, explica.
A disseminação deste serviço, por ora, será custeado pelos próprios pacientes e ainda não há previsão de preço. “Não sabemos quanto isso irá custar para o paciente. Contudo, lembrando que em 2001 esse sequenciamento custava milhões de dólares e no ano passado estava menos que mil dólares, vejo que com o tempo essa tecnologia será acessível a muitos.”
Questionado se estamos próximo da cura do câncer com a medicina personalizada, Fernandes afirma que este é um importante passo, mas que ainda temos um longo caminho que necessita de investimentos em pesquisas. “Países investem trilhões de dólares em armas nucleares e armamentos. Se metade disso foi investido em pesquisa já estaríamos em outro estágio.”
Segurança
Após o cadastramento no ELSIE®, o paciente e seu médico poderão acessá-lo para obter a informação solicitada. O sistema é desenvolvido para manter total sigilo das informações, pois existem duas chaves físicas, uma para o paciente e outra para o médico, evitando assim que sua carga genética seja analisada sem autorização prévia, uma vez que o sistema só funciona com ambas as chaves inseridas simultaneamente.