Diversos estudos brasileiros e internacionais têm demonstrado a alta frequência de problemas de saúde relativos ao gerenciamento e uso de medicamentos, o que pode levar a eventos adversos e, consequentemente, agravar a saúde do paciente, provocando mudanças clínicas significativas e até mesmo elevar os custos diretos e indiretos do tratamento. Esse é um aspecto já conhecido dos profissionais que atuam na área da saúde. No entanto, Roberto Manara, educador de Serviços de Educação para a Melhoria da Qualidade e Segurança Assistencial de Instituições de Saúde do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), afirma: “Muitas instituições não apresentam um olhar crítico acerca do monitoramento de medicamentos e sobre seus eventos adversos e sentinelas, o que dificulta o processo de gestão”.
Manara aponta ainda como críticos, os padrões relacionados à manipulação e guarda segura de dos medicamentos. O educador do CBA defende que o gerenciamento e o uso de medicamentos precisa estar ligado a conceitos de qualidade e segurança, devendo ser uma responsabilidade multiprofissional.
No entanto, o educador do CBA ressalta que o papel da farmácia e do farmacêutico é fundamental dentro deste contexto. “Um dos grandes ganhos dos hospitais acreditados é a valorização deste profissional e o aumento do número de farmacêuticos clínicos. Este profissional atua na ponta, diretamente no âmbito assistencial. Naturalmente as prescrições, conciliações medicamentosas, validações e orientação a respeito do uso de medicamentos ficam muito mais seguras”, sublinha.
Roberto Manara, que também é corresponsável pelo Centro de Ensino e Treinamento (CET) de Anestesia da Pontifícia Universidade Católica (PUC Sorocaba), afirma que o papel do médico e do farmacêutico diante das prescrições deve ser de equipe. “O ideal é que o farmacêutico clínico faça a revisão de todas as prescrições e as reconciliações pertinentes. Neste processo, nenhum profissional é detentor do saber pleno e o trabalho deve ser sempre conjunto”, assegura.
Docente do curso de Gerenciamento e Uso de Medicamentos do CBA, Roberto Manara diz que todo profissional da área de assistência deve saber informações sobre organização, gerenciamento, seleção, aquisição, armazenamento, prescrição e transcrição, preparo, dispensação, administração e monitoramento de medicamentos; sem esquecer dos medicamentos de alta vigilância e da cadeia de suprimentos.
Essas são as temáticas oferecidas no curso do CBA, cuja próxima turma já tem data marcada: dias 09 e 10 de fevereiro, no Rio de Janeiro, e dias 16 e 17 de fevereiro, em São Paulo. No Rio, o curso será ministrado pela médica e avaliadora do CBA, Adélia Quadros. Já em São Paulo, o docente será o médico e educador Roberto Manara.