Os hospitais receberam mais um integrante para a equipe médica: a tecnologia. Cada vez mais autônomos, os dispositivos de segurança e videomonitoramento conseguem orientar melhor todas as operações de uma unidade de saúde – desde a limpeza até o atendimento aos pacientes. Com ganhos comprovados, a evolução tecnológica ainda esbarra em um grande desafio, a falta de infraestrutura dos hospitais brasileiros.
Atualmente, a maior parte das instituições de saúde possuem câmeras de videomonitoramento – em geral, mal utilizada – computadores, controle de acesso ou outros equipamentos com conexão à rede que, com pouco investimento, pode colaborar em todos os setores. No entanto, para isso é preciso antes criar um ambiente up to date e de acordo com o nível de qualidade que se espera como retorno.
Alguns preferem chamar a revolução da internet como a 4ª revolução industrial, o fato é que gradativamente os computadores ocupam espaços centrais em todos os serviços e com o IoT (Internet of Things) e Inteligência Artificial (AI), as possibilidades para o futuro são inimagináveis. De maneira que, a atualização é inevitável. Além da equipe de funcionários, os hospitais precisam investir em uma infraestrutura de ponta para se tornarem instituições 4.0.
Nos Hospitais Inteligentes, a junção entre serviços e produtos, somados ao uso do big data e data analytics contribui para a otimização na tomada de decisões com diagnósticos mais precisos. Para cuidados aos pacientes, já existem tecnologias onde através de um vídeo analítico, o sistema reconhece escorregões e quedas nas dependências do hospital e emite um alarme para avisar as equipes. Em asilos ou áreas com grande circulação de idosos, o programa pode salvar vidas.
Na prática, as maiores instituições de saúde do Brasil já contam com prontuários eletrônicos na rotina e outros a distribuição de remédios já é feita por um robô que movimenta 3700 itens e o transporte de remédios de urgência é feito por dutos pneumáticos.
Com o recurso de reconhecimento facial, os médicos podem entrar na sala de cirurgia ou em áreas restritas com muito mais segurança e, o mais importante, sem tocar em nada, diminuindo o risco de contaminação. As imagens das câmeras de segurança podem servir para verificar pacientes em tempo real, depois para analisar padrões de atendimento e usados como exemplo em treinamentos futuros.
Atualmente, os smartphones já causam impacto no atendimento – seja pelo viés dos pacientes ou da equipe médica. Em instituições com grande volume de atendimentos, cerca de 90% dos atendidos possuem smartphone, ou seja, ter internet com wi-fi no local é essencial e o lugar precisa estar preparado para suportar o grande volume de acessos, assim como nos preocuparmos com a segurança.
O Roadmap da tecnologia dentro dos hospitais vai da lavanderia ao prontuário eletrônico. Até o tradicional estetoscópio, já conta com uma versão digital – sistemas embarcados visando a conectividade e a interoperabilidade, o que demonstra a união definitiva entre saúde e tecnologia. O principal desafio agora é superar as máquinas analógicas, substituí-las. Adotar uma política conservadora agora é procrastinar um crescimento inevitável e, especialmente, desejado.
Luciana Cartocci é diretora executiva da Teleinfo Soluções