Ter mais ou menos vitalidade tem relação direta com os hábitos cotidianos, com a interação dos aspectos físicos e psíquicos, com níveis de estresse diário, com o ambiente em que se vive, com a forma com que as pausas são aproveitadas, mas também é reflexo daquilo que é consumido, da negligência com a saúde e, consequentemente, da falta de entendimento dos sinais que o corpo dá durante a vida.
A boa notícia é que é possível reverter a situação e comportamentos nocivos a tempo de encontrar equilíbrio nessa relação. “Somos reflexo dos nossos hábitos e do ambiente em que vivemos”, afirma Rochele Silveira, diretora do Kurotel – Centro Médico de Longevidade & Spa de Gramado, no Rio Grande do Sul, que oferecerá uma semana com programação totalmente direcionada para o tema.
Batizado de “Workshop para Vitalidade”, de 27 de agosto a 01 de setembro, o Kurotel contará com sua equipe transdiciplinar de médicos e especialistas das mais diversas áreas da medicina para discorrer sobre hábitos no cotidiano e como eles impactam na vitalidade, a fim de prevenir enfermidades. “Daí o nosso papel na medicina preventiva e na mudança de hábitos nocivos”, diz Rochele.
Veja, abaixo, atitudes que devem ser revistas em nome de uma vida equilibrada e, consequentemente, cheia de vitalidade:
Saúde bucal em segundo plano
Por muito tempo a boca foi vista de forma dissociada do resto do corpo. No entanto, estudos recentes mostram a relação das doenças da boca com as condições gerais de saúde. “Entre as constatações está a de que pessoas com doença periodontal (doenças gengivais severas) têm maior risco a enfarto e a AVC. Doença periodontal está associada a algumas doenças respiratórias como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e gestantes com esse tipo de problema têm maior risco a parto prematuro. Idosos com maior número de dentes preservados são mais longevos e, claro, tendem a ter maior qualidade de vida refletida através de maior conforto mastigatório e, conseguinte, melhor alimentação, além de melhor auto-estima”, destaca Ernani Calvete, dentista membro da equipe médica do Kurotel.
Alta exposição a agrotóxicos e alimentos industrializados
A exposição aos resíduos ativos de agrotóxicos presentes nos alimentos afeta diretamente a saúde humana por diferentes mecanismos. “Diversas pesquisas científicas evidenciam que a exposição a altos níveis aos agrotóxicos está associada a alterações no sistema reprodutivo, cânceres de mama e de testículo, endometriose, puberdade precoce, infertilidade, obesidade, distúrbios comportamentais, doenças autoimunes e respiratórias”, afirma a nutricionista Michelle Mileto Troitinho. A indústria alimentícia utiliza diversos recursos químicos, como conservantes, aromatizantes, corantes e acidulantes para melhorar as características sensoriais dos produtos, com a finalidade de garantir melhor aceitação do consumidor e maior durabilidade do alimento. “Estes compostos, produzidos sinteticamente, podem ser tóxicos ao organismo, causando reações alérgicas e podendo ter efeitos mutagênicos e carcinogênicos”, completa a nutricionista Mariéllen Emidio Figueroa. Daí a importância do consumo de alimentos orgânicos, já que apresentam maiores quantidades de compostos bioativos e maior concentração de nutrientes. Soma-se a isso o fato de ter hábitos alimentares saudáveis, o que garante uma redução significativa dos riscos de doenças, o aumenta da expectativa de vida, promovendo desta forma a longevidade.
Negligência no gerenciamento de estresse e da ansiedade
O mindfulness está entre as técnicas de relaxamentoauxiliares no processo degerenciamento do estresse e da ansiedade, no aumenta do foco atencional e, consequentemente, no auxilio da entrada e na retenção da informação (memória). Ela também age na condição de saúde clínica e emocional, que são beneficiadas pelorelaxamento profundo proporcionado pela meditação, aumentado apossibilidade de longevidade e bem-estar. “Fornece uma compreensão mais profunda sobre como as nossasemoções e pensamentos influenciam nosso comportamento, nossa saúde e nossa qualidade de vida”, conta o psicólogo Michael Zanchet.
O tal do sedentarismo
É fato comprovado cientificamente: mexer o corpo aumenta a oxigenação do sangue e dos tecidos e estimula a produção de substâncias que garantem energia, disposição e bem-estar, como dopamina, adrenalina, endorfina e serotonina. Segundo educador físico Thiago da Silva Guedes, os hábitos que cultivamos ao longo da vida são responsáveis por 70% do que vamos colher em nossa vida positiva ou negativamente. “Um corpo ativo, com percentual de gordura e massa magra ideais para sua faixa etária, preservando as funcionalidades e que seja estimulado ao exercício físico com regularidade é fundamental para uma vida mais longeva e feliz”, ressalta o especialista.
Questão de pele
Excesso de células mortas, estresse, fatores ambientais como a poluição, exposição à radiação, falta de hidratação são pontos de atenção para cuidar melhor da pele. “A pele sem vitalidade perde o brilho característico e o turgor. Vai perdendo a elasticidade, tornando-se mais flácida e perdendo os contornos do rosto. Ainda, em algumas pessoas que gostam de realizar exposição intencional ao sol, vão surgindo manchas e aumentam as linhas de expressão”, revela o dermatologista Damiê De Villa. De acordo com ele, a genética, o tabagismo, o álcool, a falta de sono e uma alimentação desequilibrada também contribuem para a perda de vitalidade da pele, que sinaliza a importância de se realizar procedimentos adequados para cada caso e necessidade. Entre as opções disponíveis no mercado estão peelings, preenchedores e bioestimuladores, lasers e ultrassom microfocado.