Ecoando as preocupações de um setor que tem sofrido com a crise, a Rio Oil & Gas discutiu “Os caminhos para uma indústria de petróleo competitiva”. Nos quatro dias do evento, realizado em outubro, empresários, especialistas e autoridades debateram estratégias e mecanismos legais para dar novo fôlego ao setor frente aos desafios impostos globalmente, como a queda acentuada no preço do barril de petróleo entre 2015 e início de 2016, e nacionalmente, como o endividamento da Petrobras e os desdobramentos da Operação Lava-Jato.
Na abertura da feira, considerada a maior do setor de energia da América Latina, o presidente Michel Temer destacou que o Executivo e o Legislativo têm se empenhado para promover alterações na legislação que regula o setor de óleo e gás no Brasil, a fim de atrair novos investimentos. Neste sentido, o peemedebista lembrou o Projeto de Lei nº 4567/16 – que então tramitava no Senado e posteriormente foi sancionado por ele –, destinado a flexibilizar a obrigação da Petrobras de atuar em todos os campos do Pré-Sal.
Em consonância com Temer, o presidente da estatal, Pedro Parente, argumentou que, sem a mudança na legislação, o desenvolvimento do Pré-Sal seria retardado e o setor público teria perdas significativas com a menor geração de royalties. Segundo Parente, a cada campo de petróleo são necessários até US$ 10 bilhões para iniciar a produção e quase a metade disso pode se transformar em receita para o setor público.
Na ocasião, Jorge Camargo, presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) – entidade promotora Rio Oil & Gas – enfatizou que a “abertura” à iniciativa privada será importante para o suprimento da demanda brasileira por combustíveis no futuro, uma vez que o país tem o quinto maior mercado de combustíveis do mundo.
Além das discussões sobre a legislação que regula o setor, o evento oportunizou debates sobre compliance, conhecimento, engenharia, finanças, onshore, sustentabilidade e tecnologia, nas arenas e fóruns realizados paralelamente ao congresso e à exposição. A programação incluiu, ainda, o Future Leaders Forum, maior encontro global de jovens profissionais da indústria de petróleo, e o Encontro de Asfalto, que debateu o desenvolvimento de produtos e tecnologias para pavimentação asfáltica.
Números e perspectivas
Na 18ª edição da Rio Oil & Gas, passaram pelo Riocentro 34,2 mil visitantes, incluindo mais de 100 palestrantes, de 22 países, e 3.920 conferencistas. Além disso, participaram da exposição 540 empresas. Apesar dos números expressivos, em função da crise, a edição de 2016 foi bem mais enxuta que a de 2014, que contou com 1,3 mil empresas expositoras. Contudo, entre os participantes, o clima era de confiança de que a situação do setor tende a melhorar.
“A gente entende que, apesar dos desafios no segmento, o pessoal que vive e respira o negócio do petróleo ainda se encontra confiante de que a indústria, de certa forma, vai encontrar um caminho. Situações de desafio, de crise, trazem também a necessidade de todos que fazem parte desse jogo repensarem suas estratégias e a maneira com que atuam no mercado e isso faz com que algumas oportunidades possam aparecer”, salientou Valter Zinato, diretor executivo de Fluid Handling Solutions da Trelleborg, uma das expositoras.
Durante a feira, a empresa lançou sua solução para soldagem de vedação in loco. “Se você tem um navio de FPSO para passar por manutenção, ao invés de ele voltar para o estaleiro, isso pode ser feito em alto-mar, com uma equipe nossa, que vai, faz toda a parte de desmontagem, soldagem, substituição de vedação e soldagem dessas vedações. Desta forma, economiza-se tempo e recursos, já que estes navios têm que estar trabalhando a toda hora”, esclareceu Osvaldo Hirama, gerente geral da Trelleborg.
Premiações
Com o objetivo de reconhecer personalidades que contribuem para o desenvolvimento do setor de petróleo e gás, durante a Rio Oil & Gas, o IBP entregou o Prêmio “Leopoldo Miguez” a João Carlos de Luca, diretor-presidente da Barra Energia, atual conselheiro e ex-presidente do IBP.
No evento, o Instituto também concedeu o Prêmio “Plínio Cantanhede”, homenagem aos autores dos melhores trabalhos técnicos apresentados em todos os eventos promovidos pelo IBP no período de julho de 2014 a junho de 2016. Nesta edição, foram premiados cinco trabalhos, os quais ficarão disponíveis para consulta na biblioteca do Instituto.
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